2016 foi um ano sem grandes novidades na televisão aberta
brasileira. Os principais canais não realizaram grandes investimentos,
preferindo apostar no que deu certo. A Globo foi quem mais promoveu estreias,
com sua grade cada vez mais tomada por programas de temporada, garantindo uma
rotação de atrações. Dentre elas, abriu espaço para algumas experiências,
algumas bem interessantes, e foi só. Enquanto isso, o SBT viu seu dono Silvio
Santos voltar a atacar de diretor de programação, com apostas meio malucas e
que não renderam grandes índices de audiência. E a Record voltou a investir em
dramaturgia, com resultados interessantes. Enquanto isso, a Band pouco se
mexeu, enquanto a RedeTV reforçou seu jornalismo.
Muito do marasmo televisivo deste ano tem a ver com a
instabilidade econômica do país, que não encorajou as emissoras a realizarem
grandes investimentos. E como o futuro segue um tanto nebuloso, é bem provável
que os canais continuem nesta “zona de conforto”, sem se permitirem grandes
pirotecnias. No entanto, trata-se de um ano sem grandes eventos, eleições,
Copa, Olimpíada e afins, o que trará mais espaço para os canais mexerem em suas
programações.
A Globo, por exemplo, deve seguir tentando atrair mais
público para o seu horário nobre, em curva decrescente desde 2015. Depois que Babilônia derrubou a faixa das 21h, as
apostas seguintes, A Regra do Jogo e Velho Chico até conseguiram subir um
tantinho, mas nem A Lei do Amor, um
folhetim mais tradicional, conseguiu dar jeito no horário. Portanto, o canal
virá com artilharia pesada para suas próximas produções, que serão escritas por
Gloria Perez e Walcyr Carrasco, dois autores populares que costumam ser bons de
Ibope. Melhorar a audiência da faixa nobre é uma questão de honra para a
emissora, para que a linha de shows exibida a seguir também seja beneficiada.
Já o desafio do SBT será melhorar o dia que sempre teve
tradição, o domingo. Com o fim do Domingo
Legal, o canal tentará buscar uma nova atração para o início das tardes de
domingo que consiga ser uma boa alavanca para o Eliana, que vem perdendo fôlego na disputa com a Record. Em
consequência às mudanças do domingo, a emissora vai, também, tentar melhorar
sua audiência de sábado, que sempre foi meio morna. Com a estreia do novo
programa de Celso Portiolli, que será ao vivo e promete muitas novidades, a
ideia é que o SBT ganhe espaço neste dia.
Outro canal que também quer ganhar mais terreno nas tardes
de sábado é a Record. Sem nenhuma grande atração no horário desde que O Melhor do Brasil transformou-se em Hora do Faro aos domingos, a ideia é
reforçar a grade deste dia, embora ainda não se saiba bem como. Xuxa Meneghel,
Sabrina Sato e novelas são as opções. Sobre novelas, aliás, o desafio da
emissora é conseguir continuar suas duas faixas sem maiores interrupções. A
faixa bíblica, das 20h30, já tem obras no gatilho, mas a faixa de época, das
19h30, será de uma reprise, A Escrava
Isaura. Entretanto, a inédita Belaventura
deve retomar a linha de produção da faixa das sete, e até Carlos Lombardi
estaria na fila para assinar uma nova história no horário. Seria muito bom! A
emissora também quebra a cabeça para montar uma linha de shows mais forte na
faixa das 22h30, para tentar vencer o Programa
do Ratinho.
Já a Band e a RedeTV deverão mostrar que ainda têm fôlego. A
RedeTV até investiu em novidades este ano e já anunciou várias estreias para
2017, mas o futuro da Band segue mais obscuro. Com exceção do MasterChef, não há nenhum grande destaque
na grade atual do canal. Reverter esta situação lamentável é a missão da Band
em 2017. Confira abaixo quais novidades as emissoras abertas brasileiras
preparam para o ano que vem aí!
André Santana
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