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Top 10 de 2016 – Destaques Negativos

É hora de passar o ano de 2016 a limpo. Hoje, 31, e no próximo sábado, 7 de janeiro, o TELE-VISÃO apresenta as duas listas do Top 10 do ano. Começamos enumerando os Destaques Negativos de 2016 na televisão brasileira. Lembrando que a lista foi feita baseada unicamente na opinião deste que vos escreve e, portanto, está sujeita a injustiças e esquecimentos. A lista não está numerada, porque a ordem não é importante. Acompanhe, então, os Destaques Negativos de 2016:

- “Sol Nascente”

Sem dúvidas, o maior erro da teledramaturgia global em 2016. A novela de Walther Negrão, Julio Fischer e Suzana Pires já causou polêmica antes mesmo da estreia, ao entregar os protagonistas japoneses da obra a dois atores caucasianos, Giovanna Antonelli e Luis Melo. Alice, personagem de Giovanna, é filha adotiva, mas nada justifica Tanaka ter a cara de Melo, por melhor ator que ele seja. E, como se não bastasse tudo isso, Sol Nascente entrou no ar com um fiapo de história, trama batida e sem nenhuma emoção. Além disso, reforça estereótipos de japoneses e italianos, povos que, a princípio, seriam “homenageados” no folhetim. Nada funcionou.

- “Fofocando”

O programa vespertino criado a toque de caixa por Silvio Santos para fazer frente ao Hora da Venenosa, da Record, termina 2016 sem dizer a que veio. A atração uniu Leão Lobo e Mamma Bruschetta, que traziam notícias tiradas de sites da internet, e ainda enfiou o tosco “Homem do Saco” para fazer volume por ali. Como o programa patinou, tratou de reforçá-lo com as presenças de Léo Dias, que finalmente trouxe notícias exclusivas por ali, e Mara Maravilha, que parece orientada a criar polêmicas a qualquer custo. O resultado é um programa tolo, que chega a irritar, e que ainda teve o feito de derrubar a audiência vespertina do canal, que ia muito bem. Por conta do parco desempenho, começará 2017 deslocado para a faixa das 8 da manhã, o que indica que a atração está a um passo do cadafalso.

- “Programa Xuxa Meneghel”

O programa da rainha dos baixinhos na Record simplesmente não aconteceu. A atração trocou de diretor e deixou de ser ao vivo logo no começo do ano, e foi anunciado que outras mudanças aconteceriam. Mas não houve nenhuma grande mudança de fato, e o Programa Xuxa Meneghel acabou se arrastando o ano todo, sem formato definido e nenhuma identidade. E Xuxa, que estreou na emissora radiante, perdeu o brilho e terminou 2016 bastante opaca. Agora, terá que encarar nova reformulação.

- Grade de programação da Band

A Band foi a emissora aberta que mais penou no ano de 2016. Depois do fiasco do Tá na Tela, o canal acabou sucateando a grade vespertina: primeiro, dá-lhe Os Simpsons; depois, a tarde foi entregue ao caça-níquel Game Phone. A atração que aluga espaço na grade derrubou os números e prejudica o Brasil Urgente. Além disso, a emissora também desmantelou a sua linha de shows. Com exceção do MasterChef, nada mais funcionou por ali. Outros problemas: Pânico na Band tornou-se freguês do Encrenca, da RedeTV; e o esporte perdeu espaço. Um ano para ser esquecido para os lados do Morumbi.

- Dudu Camargo no “Primeiro Impacto”

Assim como o Fofocando, o Primeiro Impacto foi outra atração criada a toque de caixa por Silvio Santos. Como o jornalístico apresentado por Joyce Ribeiro e Karyn Bravo não conseguiu fazer frente aos noticiosos de Globo e Record no horário, Silvio Santos resolveu “causar” e tratou de substituir as veteranas jornalistas por Dudu Camargo, um rapaz de 18 anos. Sem repertório para comentar as notícias, Dudu fez do noticioso uma grande piada. Uma das metas foi cumprida: o apresentador adolescente do Primeiro Impacto levou o noticiário a repercutir muito na internet, e até quem não conhecia o jornal matinal do SBT passou a conhecê-lo. Pena que a repercussão foi bastante negativa, e ainda não teve efeito nenhum no Ibope, que segue em baixa. Joyce e Karyn acabaram voltando para a bancada, mas Dudu Camargo seguiu ali, fazendo a credibilidade da atração ir ladeira abaixo. Nesta semana, o SBT anunciou o fim do Primeiro Impacto, mas Dudu Camargo seguirá “firme e forte” no horário, participando do revezamento de apresentadores do SBT Notícias. Complicado.

- “The X Factor Brasil”

Tentativa da Band de entrar na seara dos reality shows musicais, a versão brasileira de The X Factor mostrou-se um grande equívoco. A repercussão negativa começou na primeira audição, marcada por muita desorganização, e a impressão seguiu por toda a trajetória da atração. Jurados fracos, competidores sem brilho e repercussão quase zero fizeram de X Factor um programa para ser esquecido. Mas vai vir nova temporada em 2017. Vai vendo…

- “Adnight”

Quando a Globo anunciou que teria um novo talk show apresentado por Marcelo Adnet, acreditava-se que viria uma atração que seria uma resposta da emissora aos novos talk shows que surgiram nos últimos tempos, o The Noite e o Programa do Porchat. No entanto, quando entrou no ar, Adnight mostrou-se sem nenhum “talk” e um “show” um tanto sem graça. Muita parafernália numa atração excessivamente roteirizada e ensaiadinha, fazendo tudo soar asséptico e sem nenhuma emoção. Um programa sem propósito e que desperdiça o talento de Adnet. Poderia não voltar mais, mas terá nova temporada em 2017. Se sua produção se convencer de que menos é mais, talvez tenha alguma solução.

- “Olha a Hora”

A RedeTV fez uma ampla reforma em sua grade de programação, invertendo os horários do RedeTV News e TV Fama. Para alavancar seu principal noticiário na faixa das 19h, resolveu inventar um programa popular, Olha a Hora com Luciano Facciolli, para antecedê-lo. Pois o programa não só não serviu de alavanca, como colaborou para afundar mais ainda a grade. Sem grandes atrativos, a atração não conseguiu sair do traço, num horário em que o tosco Você na TV, de João Kleber, conseguia muito mais. Logo perdeu espaço para a venda de horários para igrejas, e conseguiu o feito de registrar ainda menos audiência que o programa religioso que passou a antecedê-lo. Soma-se a isso às reclamações públicas de Facciolli, que não pegaram nada bem e culminaram em sua demissão. Resultado: vida curta. E a nova grade do canal até agora não deu grandes resultados.

- “Vídeo Show”

O clássico programa vespertino da Globo voltou a dar dor de cabeça para os diretores da emissora. A apresentadora Monica Iozzi não refrescou tanto assim o programa em termos de audiência, mas é inegável que ela colaborou para dar uma nova cara e um novo rumo ao programa. A dupla que formava com Otaviano Costa funcionava. Mas ela saiu, o canal fez inúmeros testes para encontrar uma nova apresentadora, e a escolhida, Maíra Charken, simplesmente não funcionou. Ou seja, a emissora errou ao escalar outra atriz com veia cômica para substituir Iozzi, pois ficou parecendo que Maíra imitava sua antecessora. Logo a dupla foi desfeita, o Vídeo Show virou um samba do crioulo doido num rodízio de apresentadores, até fixar Joaquim Lopes ao lado de Otaviano, além de efetivar Susana Vieira às quintas-feiras. Nada adiantou, Vídeo Show voltou a perder para a Record e a atração fica cada vez mais desinteressante.

- “Batalha dos Cozinheiros”

Satisfeita com os bons resultados de Batalha dos Confeiteiros, em 2015, a Record resolveu apostar num novo formato de reality culinário com Buddy Valastro. “Esquecendo-se” que o programa de bolos deu bons resultados porque era exibido às quartas-feiras, a emissora avaliou, equivocadamente, que a nova versão conseguiria bater o consolidado MasterChef, da Band, e jogou-os nas noites de terça. Um erro de avaliação primário, que custou caro à Record. Batalha dos Cozinheiros até estreou bem, numa peneira com a presença de um auditório que foi bem divertida. Mas depois partiu para uma série de provas com aspirantes a cozinheiros que revelaram-se bem batidas. Participantes sem carisma e um apresentador dublado (e com a voz de Goku) ajudaram a enfraquecer o reality, que, obviamente, sucumbiu diante da concorrência com o similar da Band. Poderiam ter ido dormir sem essa.

E para você, quais foram os destaques negativos de 2016 na TV? Deixe sua opinião! Eu volto no próximo sábado, dia 7, com os Destaques Positivos. Até lá!


André Santana

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