Parece que foi ontem
que o Big Brother Brasil entrou no ar como um dos produtos de verão da
Globo. Na época, no já longínquo ano de 2002, a atração estreou sob a sombra do sucesso retumbante que foi a
Casa dos Artistas, do SBT, e fez um esforço danado para tentar convencer
o público de que não, a Globo não estava copiando o SBT (na verdade, o SBT
esnobou o formato e tratou de “criar” seu próprio reality, enquanto a Globo
resolveu comprá-lo e se surpreendeu com a estreia na surdina do programa de
Silvio Santos). Aliás, naquele contexto, Big Brother tinha mesmo mais a
cara do SBT do que da Globo. No entanto, quinze anos já se passaram e, hoje, o BBB
já está mais do que integrado à programação da emissora e ao hábito do
espectador todo início de ano.
No entanto, em 2017, a atração passa pela
maior mudança de sua história. Com a chegada de Tiago Leifert à apresentação, BBB
entrou em cena de cara nova. Afinal, por mais que o programa em si não seja de
um apresentador, e sim do elenco e da “dramaturgia” construída em torno do
confinamento dos participantes, o rosto de Pedro Bial ficou muito marcado como
um dos símbolos do Big Brother Brasil. Conforme os anos foram passando,
Bial foi construindo uma relação cada vez mais íntima com o público e com os
confinados. Expressões criadas por ele, como chamar os participantes de
“heróis” ou se referir à casa como a “nave louca”, tornaram-se patrimônios do
programa, bem como seu indefectível discurso de eliminação.
Talvez por isso, sua
substituição por Tiago Leifert acabou causando grande comoção entre os
espectadores nas redes sociais. Os fãs da atração sentiram falta de Bial, e até
subiram a hashtag #BBBSemBial, na qual compararam a ausência do apresentador no
reality com “pão de queijo sem queijo”. Muitos até criticaram a conduta de
Tiago, considerada mais “travada”, sem o mesmo jogo de cintura do apresentador
antigo. Mas, afinal, substituir Pedro Bial por Tiago Leifert foi uma boa ideia?
Particularmente,
creio que sim. Pedro Bial ficou 15 anos à frente da atração, tempo mais do que
considerável. Bial fez e aconteceu em todo este tempo, e deixou sua importante
contribuição. Por isso, já estava mais do que na hora de partir para outros
desafios, afinal, o apresentador e jornalista tem uma bagagem que, sem dúvidas,
merecia levá-lo a voos maiores. No BBB, ele já não tinha muito o que
fazer. No novo talk show que estreia em abril na Globo, sim, ele poderá trazer
coisas novas. A verdade é que já fazia tempo que Bial merecia esta “promoção”.
E, no elenco da Globo, não havia um nome mais adequado a substituir Bial do que
Tiago Leifert. Com experiência em jornalismo esportivo, onde imprimiu sua
informalidade, o apresentador passou ao entretenimento com bons serviços prestados,
seja no The Voice, no Zero 1, e até no É de Casa. Sim,
percebe-se que ele ainda não está totalmente à vontade no BBB, o que é
mais do que natural. O apresentador acabou de chegar, e deve demorar um pouco
até que ele mostre, por inteiro, do que é capaz. Vale lembrar que Pedro Bial
também estreou no BBB bem sisudo e nervoso, e foi adquirindo traquejo
com o tempo.
Dito isto, o que
realmente causou estranheza na estreia de Tiago é que passou a impressão de que
a direção do programa tentou reinventar o programa, passando um verniz “jovem”,
quase como para dizer que se tratava de um novo programa a receber Leifert,
como o novo cenário enorme e cheio de badulaques. Além disso, o novo
apresentador entrou em cena sem a preocupação de avisar os mais distraídos que,
agora, era ele quem estaria ali. Não acho que deveria haver uma “passagem de
bastão” entre Bial e Leifert, como muitos defenderam, mas caberia, ao menos, um
simples aviso ao público. O programa também agregou Paulinho Serra, responsável
pelos flashs Selfie BBB, e Rafael Cortez, com um quadro no qual interage
com internautas. Por fim, também terá um quadro com fantoches que representa
uma família que assiste ao BBB, que parece um substituto das charges de
Mauricio Ricardo, que não voltam mais (aliás, os bonecos são dos mesmos
criadores dos da TV Colosso, perceberam?). Mas nenhuma mudança trará
grandes acréscimos na audiência, afinal, o sucesso do BBB, como dito
acima, é o seu elenco. Aguardemos o que vem por aí.
André Santana
6 Comentários
O Big Brother parece que se rejuvenesceu, mas até quando vai durar isso? Não tem mais graça nenhuma ficar espionando a vida alheia e os participantes entram pra jogar um jogo. Por isso que deixei de lado esse programa.
ResponderExcluirEu acho que o BBB ainda vai longe, Kleber! Como disse no texto, o sucesso do programa é o elenco. Se for um grupo bem escolhido, a coisa acontece. O BBB vinha de anos mais apáticos e, no ano passado, voltou a repercutir bastante por conta da Ana Paula e aquelas palhaçadas todas. Tenho acompanhado este ano e achei o grupo meio morno, então, se nada mudar, 2017 não será uma temporada "lendária". Mas nada impede que no ano que vem a coisa mude de novo.
ExcluirO meu sentimento é o mesmo do Kleber Nunes. Já curti o programa um dia, hoje não mais, apenas raramente. E que saudades do Tiago Leifert como apresentador esportivo! Abraços André o/
ResponderExcluirSempre fui fã do Leifert nos esportes, mas realmente gosto dele como apresentador no entretenimento. Ele é ótimo no The Voice e acredito que vai achar o seu caminho no BBB.
ExcluirDiscordo quando você diz que Tiago Leifert era a melhor opção. Acho que André Marques, que está meio apagado no The Voice Kids, se sairia muito melhor. Falando em The Voice, acho que até nele Leifert é muito ruim. Acho-o arrogante e sem carisma, além de forçado. Prefiro ver minhas sériezinhas do que acompanhar o BBB.
ResponderExcluirOi Edberg! Respeito sua opinião, mas não concordo. Acho André Marques um bom apresentador, mas ele é apenas correto. É um cara que faz o dele, não compromete, mas também não tem nada de mais. Esse "algo a mais" eu já vejo no Tiago, ele tem um estilo próprio bem interessante e muito jogo de cintura no "ao vivo". Acho ele a melhor opção para o BBB.
Excluir