Em 2005/06, a Globo
colocou no ar a Dança dos Famosos,
quadro que se tornaria uma das maiores vedetes do Domingão do Faustão desde então. O quadro pegava carona nos reality
shows de dança, que começavam a fazer um certo barulho na televisão mundial. O
SBT logo percebeu e tratou de comprar os direitos de Dancing with The Stars,
atração que deu início à febre, mas não chegou a produzi-lo fielmente. A emissora
preferiu bancar uma versão do mexicano Bailando por un Sueño, da
Televisa, e lançou o seu esquecido Bailando por um Sonho. Já a Globo
disse que a sua Dança era uma criação própria e “inspirada” em programas
internacionais, mas logo comprou os direitos de Strictly Come Dancing,
uma variação do Dancing With The Stars, para garantir a continuidade do
quadro de Fausto Silva.
Outros programas, em
várias emissoras, trataram de “entrar na dança”, lançando diversos quadros que
colocavam todo mundo pra dançar, de famosos a anônimos, de regras simples às
mais complexas. Porém, passada a febre, ficou apenas a Dança dos Famosos
mesmo, que já completa 13 edições no Domingão do Faustão, e sempre com
sucesso. Não se fala em acabar com o quadro, o que garante mais alguns anos no
ar.
Por isso mesmo, Dancing
Brasil, a nova aposta da Record TV e versão brasileira oficial do Dancing
with The Stars, parece ter estreado na televisão brasileira com dez anos de
atraso. Foram tantas as variações do mesmo formato da atração, pela primeira
vez montada no país com as características originais, que mesmo sendo uma
“novidade”, já soa como mais do mesmo. O cenário suntuoso que emula uma pista
de dança e o figurino de gala dos apresentadores, participantes e até da
plateia, já soam como algo antigo, datado mesmo. Por isso mesmo, fica a dúvida
se uma competição de dança envolvendo famosos terá o mesmo apelo que teria se
tivesse sido lançada anos atrás.
Mesmo parecendo
datado, o Dancing Brasil tem suas qualidades. É extremamente bem-feito,
com uma produção caprichada e participantes muito bem escolhidos. O corpo de
jurados formado por Fernanda Chamma, Jaime Arôxa (que foi jurado do Bailando
por um Sonho, diga-se) e Paulo Goulart Filho é interessante e faz bons
apontamentos. Além disso, a atração traz a apresentadora Xuxa Meneghel numa
inédita posição de coadjuvante. Após o naufrágio do Programa Xuxa Meneghel,
muito autocentrado e sem qualquer conteúdo, desta vez Xuxa surge como uma
âncora de um programa que não é sobre ela. Na estreia, pré-gravado e talvez
pela tensão natural, Xuxa não rendeu muito, embora não tenha decepcionado. Foi
correta.
É interessante notar
que Xuxa assume uma missão bem mais modesta, desta vez num programa de formato
fechado e que não leva o seu nome. Talvez seja uma missão assim que a
apresentadora precisava para se reinventar na televisão, tendo em vista o
fracasso de suas últimas tentativas. A partir da semana que vem, Xuxa surgirá
ao vivo, tendo a chance de deixar a sua marca num formato que se resolve sozinho.
Uma boa oportunidade oferecida pela emissora para que ela, finalmente, encontre
um rumo na televisão brasileira. Resta saber se o público ainda está
interessado numa nova competição de dança. Aguardemos.
André Santana
4 Comentários
E igual os raltys de musica ja estao saturados mas senore tem gente que gosta..tomara que tenha coisaa diferentes
ResponderExcluirAs regras mudam aqui e ali, mas na prática, a coisa acaba ficando igual os similares. Mas é um programa legal, quem ainda tiver paciência para concursos de dança, com certeza vão se divertir.
ExcluirAcho que o formato já está saturado, mas torço por Xuxa...
ResponderExcluirJurandir Dalcin | www.jurandirdalcincomenta.com
Eu também torço pra que Xuxa se encontre!
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