Deu no site Notícias da TV: “De volta às tardes de domingo depois de sua
licença-maternidade, Eliana fechou o mês de novembro com seu melhor desempenho
em mais de um ano: a apresentadora do SBT teve média mensal de 8,4 pontos,
resultado que ela não alcançava desde setembro de 2016 _na ocasião, teve média
de 9,0 pontos. Além disso, Eliana superou Rodrigo Faro e ficou com a
vice-liderança durante sua exibição em três dos quatro confrontos diretos com o
concorrente. Na mesma faixa de exibição, a Record fechou novembro com média de
8,3 pontos. Segundo dados do Kantar Ibope, o programa Eliana impactou em novembro 6,5 milhões de espectadores de São
Paulo _no Brasil, a atração cresce e totaliza 60 milhões de espectadores”.
O bom período não coincide apenas com a volta da apresentadora titular ao
comando do seu dominical. Junto ao retorno de Eliana, o programa estreou o
quadro Com o Passar dos Anos, que
traz famosos e acompanhantes para passarem por um processo de “envelhecimento”
e levá-los a um possível futuro. O roteiro, claro, conta em tom choroso
momentos tristes da vida futura do participante, com direito a maquiagem de
envelhecimento e uma música triste ao fundo. Ou seja, a ideia é levar o
participante às lágrimas. Quando passou por ali, a apresentadora Silvia
Abravanel se viu obrigada a encarar a morte de seu pai, Silvio Santos, num
momento que foi considerado de mau gosto por muitos espectadores.
Além do novo quadro, Eliana vem
apostando fundo em “histórias de vida cheias de emoção”. Na última edição, por
exemplo, o programa dedicou bastante tempo à história do menino Kauã. Vendedor
de balas, o esperto menino tem o sonho de cantar, e um vídeo seu soltando a voz
viralizou na internet. O programa de Eliana, então, tratou de levar o menino ao
palco, além de mostrar sua família e a precária casa onde vivem. Não faltou,
claro, lágrimas e mais música triste ao fundo, como manda o figurino. A família
acabou agraciada com alguns prêmios durante o programa.
Mais tarde, para aliviar, Eliana apostou numa história de amor. A
apresentadora promoveu uma espécie de “pegadinha” para mostrar o casamento do
humorista Matheus Ceará, destaque de A
Praça É Nossa. Mais uma vez, a tela encheu-se de lágrimas. Desta vez de
alegria, claro, mas lágrimas.
Sem dúvidas, é uma mudança de rumo e tanto no dominical. A apresentadora
sempre declarou que gostava de levar alegria ao seu público, algo que tem feito
muito pouco neste momento. Sua atração sempre apostou muito em humor, em
quadros como Famosos da Internet e Rola ou
Enrola, ou ainda a participação constante de Narcisa, personagem de Tiago
Barnabé. Estes momentos de riso foram sumariamente reduzidos para que a pauta
triste dominasse a atração.
Eliana, na verdade, está seguindo a cartilha da concorrente Record, que
começa a fazer o espectador chorar logo cedo com o Domingo Show, de Geraldo Luís. A atração é dominada por histórias
tristes e assistencialismo. Mais tarde, Rodrigo Faro em seu Hora do Faro também adora levar o
espectador às lágrimas com mais participação de populares às voltas com
reencontros, mudanças de vida e afins. A dobradinha deu certo e ultrapassou o
SBT, que tenta, agora, dar a volta por cima. O Domingo Legal já tentou do expediente para tentar combater o Domingo Show, sem sucesso. Já com Eliana, a estratégia tem dado certo. O
Ibope subiu.
Para o espectador que não aguenta mais as histórias tristes de domingo, o
ideal é passar bem longe da TV aberta no primeiro dia da semana. O
“assistencialismo” e a “emoção” nunca estiveram tão em alta quanto agora nos
programas de auditório, de uma maneira tal que a coisa está over ao ponto do
insuportável. Mas o Ibope está alto e, no fundo, é isso o que importa para as
emissoras. Uma pena.
André Santana
6 Comentários
Olá, tudo bem? Eu não admiro o quadro Com o Passar dos Anos.... Chaaaaaaaaaaatoooooooooo....O chororô já enjoou com Rodrigo Faro. Na Eliana, é mais ameno.... Abs, Fabio www.tvfabio.zip.net
ResponderExcluirInfelizmente o domingo na TV brasileira mudou pra pior, já se foi tempo que o domingo era mais valorizado e tinha bons programas, atualmente nem isso o que vale é apelar pra ter audiência explorando a sensibilidade e a desgraça alheia.
ResponderExcluirSaudade dos domingos dos anos 1990/começo dos anos 2000 com Gugu com as bizarrices que eram, no mínimo, engraçadas!!!
ResponderExcluirHoje é muita choradeira em busca de audiência!
Pena que Eliana não é muito simpática nos bastidores e não chama convidados de peso principalmente outas apresentadoras para seu programa
ResponderExcluirParabéns pelo texto, realmente é insuportável esses programas de choro forçado no domingo. Nada supera na ruindade o tal Domingo Show, é triste e sensacionalista, mas Faro e Eliana não têm ficado muito atrás.
ResponderExcluirEssa tendência assistencialista teve seu início ainda com o Gugu quando comandava o Domingo Legal, basta lembrar do icônico De Volta pra Minha Terra e da saga do Zé do Alho, não nos esquecendo ainda do Sentindo na Pele. Aí veio o Netinho de Paula na Record com seu Domingo da Gente e estava criado o terreno para o tipo de abordagem que hoje é a base da audiência das emissoras nos domingos. Eu tive o desprazer de ver alguns programas do Geraldo e definitivamente não dá pra aturar um minuto de desgraça alheia e choradeira. E digo mais: essa mudança se deu por causa da classificação indicativa, o MP notificou o SBT por mostrar a banheira do Gugu em horário inadequado e outros quadros de viés erótico, bem como o Luciano Huck teve que abrir mão do formato consagrado do H quando da transferência para a Globo. Houve quem dissesse que as tardes na TV ficaram mais leves com o fim das pautas ousadas, só que não. Como se não bastasse, justamente por causa desses excessos de assistencialismo, o formato do programa de auditório está fadado a ser extinto, existindo na atualidade apenas por tradição, mas descaracterizado. Por falar em formato em extinção, acho que as redes deveriam retomar o formato do gameshow, que no passado dava uma boa audiência e não seria diferente hoje, basta saber como formatar a atração e fisgar o público. Caso contrário, é melhor desligar o televisor e esquecer que tem tarde de domingo na TV. Sou do tempo que a gente passava pela rua e as TVs das casas faziam coro com o Programa Sílvio Santos.
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