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"Orgulho e Paixão" retoma comédia romântica no horário das seis


Depois de muito drama e chororô, entram agora sorrisos e piadas. Orgulho e Paixão, nova novela das seis da Globo que estreou nesta semana, vem com uma embalagem semelhante à sua antecessora, Tempo de Amar, ao apostar no requinte de uma produção de época, mas traz um tom mais bem-humorado que a trama anterior. Escrita por Marcos Bernstein, baseado em obras de Jane Austen, a nova história aposta na leveza para narrar um romance tradicional.

Com a espinha dorsal inspirada no romance Orgulho e Preconceito, a nova trama apresentou seu casal protagonista, Elisabeta (Nathalia Dill) e Darcy (Thiago Lacerda), que teve um primeiro encontro explosivo. A mocinha, que vive no início do século passado e cuja mãe Ofélia (Vera Holtz) sonha com seu casamento, é daquelas jovens atrevidas e à frente de seu tempo. Ao contrário de suas quatro irmãs, ela não sonha em se casar, e sim em conhecer o mundo.

No entanto, a trama trata a temática feminista com um tom bem-humorado. Na verdade, toda a trama de Orgulho e Paixão usa e abusa de um senso de humor leve, um tanto ingênuo, com os atores todos falando um tom acima, quase teatral. Isso imprime um tom à história que beira a farsa, já que dá comicidade em momentos que poderiam ser dramáticos. O diálogo entre Elisabeta e Darcy, quando brigam por uma calça numa loja, demonstra bem isso. É um homem brigando com uma mulher, mas o tom humorado dos atores dá leveza ao momento.

Com isso, Orgulho e Paixão resgata a típica comédia romântica do horário das seis. Formato, aliás, que consagrou Walcyr Carrasco na faixa, ainda mais se levarmos em consideração sua predileção por casais “gato e rato”, que vivem brigando apesar de se amarem. A diferença maior é a qualidade dos diálogos, menos didáticos e mais cuidadosos. Mesmo assim, neste início, ficou claro que Orgulho e Paixão se baseará em tipos cômicos para narrar uma história sem grandes arroubos. Basicamente, a história é sustentada pelos personagens, e não o contrário.

Ao menos, há bons personagens que podem fazer a história render. Vera Holtz, como sempre, está à vontade como Ofélia, a matriarca meio caipira e bem engraçada que tenta casar as filhas. Há ainda as boas presenças de Alessandra Negrini como Susana, e Gabriela Duarte como Julieta, duas atrizes bissextas e que faziam falta na telinha, e que encheram a tela com suas presenças. O núcleo ainda tem a presença de Grace Gianoukas, que vive a empregada Petúnia, engraçada como sempre.

Orgulho e Paixão, portanto, diverte e tem bons momentos, que devem agradar à audiência da faixa. O que pesa contra é que, mais uma vez, a Globo tem abusado de novelas de época no horário. No início dos anos 2000, as tramas contemporâneas praticamente sumiram dentre as novelas das seis, fazendo com que a fórmula fosse perdendo fôlego a cada nova história. Tanto que, em 2008, Ciranda de Pedra foi substituída por Negócio da China, inicialmente concebida para às sete, mas que acabou mudando de horário na tentativa de estancar a perda de público (e que não funcionou, diga-se). A partir daí, o revezamento entre tramas de época e contemporânea se tornaram mais constantes, o que agora já não vem mais acontecendo (as próximas da fila também são de época). É preciso cuidado.

André Santana

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6 Comentários

  1. Os divulgadores foram honestos na proposta: eh uma novela de personagens, nao de historia. Por ai ja nao gostei. Vi o primeiro capitulo e decidi que nao verei essa novela. To ainda viuvo de Tempo de Amar, e desculpa eh essa eh inferior a tudo a antecessora, texto, direcao e producao. Oops quase tudo, os atores estao bom. Producao porque me deu uma impressao de producao pobre se comoarado a Tempo de Amar que me dava a impressao de realmente estar em Portugal. Texto, porque embora escrita por Marcos Berstein , essa tem a marca do Daniel Ortz, uma novela bem facil com riso facil, tudo facil pra levantar a audiencia. E a direcao eh do Mayrink que dirigiu Haja Coracao num tom bem infantil. E pior essa tentacao de ser Walcyr Carrasco com gente caindo no chiqueiro logo no primeiro capitulo. A novela acho que sera boa, sim, mas imferior a anterior e no momento nao eh a minha opcao.
    Ah, outra coisa que ta me incomodando nas novas novelas globais eh essa perda de brasilidade nos textos. Deus Salve o Rei, eh inegavel que Silvio de Abreu so bancou a proposta por conta de GOT, Vidas Brasileiras eh uma adaptacao de uma novela francesa, e Orgulho e Paixao, livremente inspirado em Orgulho e Preconceito. Nada contra se fosse um caso isolado, mas agora nao eh mais.

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    1. Eu gosto do tom leve e farsesco da nova produção. Mas não me encantei pelos personagens.

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  2. Olá, tudo bem? O autor escolheu diversos personagens das obras de Jane Austen e misturou tudo no liquidificador. A estrutura da novela está seriamente comprometida. Imagine nos bastidores.. Ator aparece mais que fulano.. E assim por diante. Isso não vai dar certo....Pode anotar. Abs, Fabio www.tvfabio.zip.net

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    1. Novela com muita gente geralmente tem.que passar por ajuste e ir eliminando petsonagens.
      Já devia ser lei ter elenco reduzido ainda considerando que novelas das seus são curtinhas...e realmente parece que a Globo quer deixar a das aeia de época. .tuma parecela do puico que curte até porque acho que o público e.mais de se horas nessa hora

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    2. Walcyr carrasco e perfeito pra faixa das seis..nesse estilo de epoca

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    3. Ainda não vejo problemas de elenco inchado em Orgulho e Paixão. Vamos ver.

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