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24 anos de "Castelo Rá-Tim-Bum", um dos melhores infantis de todos os tempos!

Eu também fui visitar minha
amiga Celeste no Castelo!
No dia 09 de maio de 1994, a TV Cultura de São Paulo colocava no ar sua mais grandiosa e ambiciosa produção infantil: o antológico Castelo Rá-Tim-Bum. Criado pelo autor Flavio de Souza e pelo diretor Cao Hamburger, o programa era exibido em horário nobre, na faixa das 19 horas, e alcançou excelentes índices de audiência, fazendo a Cultura brigar de igual para igual com as emissoras comerciais.

A trama era simples e encantadora. Passava-se num castelo localizado no centro de São Paulo, onde vivia uma família de feiticeiros. Nino (Cássio Scapin), o protagonista, era um aprendiz de feiticeiro de 300 anos de idade, que vivia com seus tios, o feiticeiro e inventor Doutor Victor (Sérgio Mamberti) e a bruxa Morgana (Rosi Campos). Sozinho e triste por não poder ir à escola, afinal nenhuma instituição aceitava um garoto de 300 anos, Nino resolve, então, lançar um feitiço numa bola e atrair três crianças para o castelo. Pedro (Luciano Amaral), Biba (Cinthia Rachel) e Zequinha (Freddy Allan), assim, chegam ao castelo e ficam amigos de Nino e dos demais moradores do lugar. Que eram muitos seres fantásticos, como a cobra Celeste, o monstro Mau, as botas Tap e Flap, as fadinhas Lana e Lara (Fabiana Prado e Theresa Athayde), a gralha Adelaide, o Gato Pintado, entre muitos outros.

Além destes, o Castelo ainda recebia muitos visitantes, como o extraterrestre Etevaldo (Wagner Bello), a personagem do Folclore Caipora (Patrícia Gaspar), a jornalista Penélope (Angela Dip) e o entregador de pizza Bongô (Eduardo Silva). Havia ainda um vilão, Doutor Abobrinha (Pascoal da Conceição), que vivia se disfarçando para enganar as crianças e tentar comprar o Castelo. Seu objetivo era destruí-lo, para construir no local um prédio de 100 andares!

Há muitos episódios memoráveis, como o já citado primeiro, quando Nino e as crianças se conhecem. Também são inesquecíveis os capítulos em que o Doutor Abobrinha surgia fantasiado de Bongô e Penélope. Também foram muito divertidos os episódios em que Nino deixa o Castelo, como aquele em que Morgana leva todos ao zoológico, ou quando Nino vai conhecer a fazenda dos pais de Bongô. E como esquecer do crossover com Glub Glub, quando Etevaldo leva o castelo para o fundo do mar, e Nino bate um papo com os peixinhos Glub e Glub (Carlos Mariano e Gisela Arantes), protagonistas de outro infantil da TV Cultura. Isso sem falar no episódio da festa de aniversário de 6000 anos de Morgana, um dos raros momentos em que todo o elenco aparece junto.

Assim como seu antecessor, Rá-Tim-Bum, produzido em 1990, o Castelo Rá-Tim-Bum era formado por uma série de quadros educativos e didáticos, que passavam noções de cores, números, formas, ritmo, higiene, meio ambiente, ciências, dentre vários outros assuntos. No entanto, enquanto o Rá-Tim-Bum original apresentava os quadros isoladamente, no Castelo todo o conteúdo era costurado pelas aventuras de Nino e seus amigos. Na verdade, a ideia inicial da TV Cultura era produzir novos episódios do Rá-Tim-Bum, e foi criado o núcleo do castelo como um segmento da nova leva. Mas, durante a pré-produção, o quadro cresceu e acabou se tornando o protagonista da atração, o que se revelou uma excelente ideia. Castelo Rá-Tim-Bum registrava média de 12 pontos no Ibope, chegando a picos de 14 pontos, excelentes índices para os padrões da Cultura.

O programa deu tão certo que se tornou uma febre entre as crianças da década de 1990, reproduzindo-se em diversos subprodutos. Foram lançados uma série de excelentes livros infantis, que contavam curiosidades dos personagens do Castelo (em O Álbum do Nino, por exemplo, o leitor descobre quem são os pais de Nino e porque eles não aparecem na série), um CD com a trilha sonora, fitas VHS com os episódios, produtos licenciados e até uma revista em quadrinhos bem divertida. Com o Castelo, a marca Rá-Tim-Bum se tornou uma grife, tornando-se o nome de uma terceira série infantil, a Ilha Rá-Tim-Bum, e também de um canal de TV, a TV Rá-Tim-Bum (que produziu outros infantis com o título, como o Teatro Rá-Tim-Bum).

Com um roteiro inteligente, atores maravilhosos e muita fantasia, o Castelo Rá-Tim-Bum conquistou o coração de seus fãs para sempre. Tanto que a exposição sobre a série realizada no MIS – SP, em 2015, e, depois, no Memorial da América Latina, atraem uma verdadeira legião de fãs, de todas as idades. Um programa tão delicioso que uma reprise é sempre bem-vinda. Castelo Rá-Tim-Bum é desses raros programas que são eternos, tanto na TV quanto no coração dos fãs.

André Santana

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2 Comentários

  1. Um bom programa não produzido pela Globo...assistir muito as reprises na antiga tve Brasil do RJ....esse e cocorocó eram os hits da tarde

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    Respostas
    1. Castelo era uma delicinha de programa! Via na exibição original, me sentava diante da TV ansioso às 19 horas para conferir o Castelo!

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