"A cobra vai fumar!" |
Neste sábado, 08 de setembro de 2018, Ratinho comemora exatos 20 anos de
SBT. Foi neste dia, no ano de 1998, que entrou no ar o Programa do Ratinho, que marcou a estreia do apresentador, tirado
da Rede Record a peso de ouro. Na segunda maior emissora do país, Ratinho
prosseguiu com sua fórmula de sucesso, dando trabalho à Globo e torcendo o
nariz dos críticos. E foi no SBT que Ratinho, aos poucos, conseguiu se
reinventar, num momento em que as brigas e apelações exibidas por ele já não
eram mais garantia de audiência.
Ratinho já estava na mira de Silvio Santos antes de ir para a Record. Com
o sucesso que fazia à frente do 190
Urgente e do Cadeia, na CNT,
Ratinho chegou a ser sondado para migrar para o SBT e assumir o comando do Show de Calouros. Mas a coisa não foi
para a frente e Ratinho acabou assinando com a Record, onde passou a apresentar
Ratinho Livre nas noites do canal.
Foi um estouro. Com brigas de vizinhos e familiares, exploração de doenças,
pautas bizarras e muita apelação, Ratinho
Livre foi um marco do gênero “telebarraco” na televisão brasileira. O
programa dava trabalho à Globo, que chegava a esticar os capítulos da novela Por Amor para tentar conter o fenômeno
da Record.
De olho na audiência conquistada pela concorrente, Silvio Santos tirou Ratinho
da Record no ano seguinte. Em poucos dias após a assinatura do contrato, surgiu
o Programa do Ratinho, nos mesmos
moldes da atração da Record. Aos poucos, Ratinho foi ficando menos “briguento”
e mais bem-humorado, mas não perdeu de vista as brigas no palco, sobretudo no
quadro do teste de DNA. A mistura entre humor e barraco deu certo, mas não
escapou da patrulha instalada a partir dos anos 2000 na televisão brasileira.
Foi nesta época que surgiu a famigerada “classificação indicativa” e várias campanhas
de combate à baixaria na TV.
Além disso, o próprio público passou a rejeitar este tipo de atração.
Então, desgastado, o Programa do Ratinho
foi perdendo força no início da década de 2000. Até que, em 2005, Silvio Santos
optou por tirar o Programa do Ratinho
do ar, trabalhando numa reformulação total, capitaneada por ele mesmo. A nova
versão do show de Ratinho chegou a ser anunciado com outro nome, Late Show do Ratinho, mas acabou reestreando
como Programa do Ratinho mesmo.
Exibido nas noites de quarta e quinta-feira, o novo programa era uma colcha de
retalhos de quadros, a maioria jogos com a participação de convidados. Entre
eles, o “Jogo das Três Pistas”, uma das atrações do atual Programa Silvio Santos. Ou seja, estava a cara do “diretor” Silvio
Santos, mas não tinha nada a ver com Ratinho.
Não deu certo, e o Programa do
Ratinho acabou retornando à programação diária, na faixa das 19 horas, e
com novo formato de revista eletrônica, com uma equipe de repórteres e
jornalistas trazendo informações ao vivo. A “inspiração” era o Tudo a Ver, da Record. No ano seguinte,
o programa voltou a sofrer mudanças de horário, encaixado entre o final de
tarde e início da noite. Mais adiante, tornou-se um semanal, que ocupou as
noites de segunda-feira e, depois, de sábado. Mas nada devolveu o brilho a
Ratinho. Sem sucesso, o Programa do
Ratinho foi definitivamente extinto naquele mesmo ano, e o apresentador foi
para a geladeira.
Neste meio-tempo, surgiram muitas informações desencontradas sobre o
futuro de Ratinho. Formataram para ele uma nova versão do Show de Calouros, o Gente que
Brilha, mas a atração acabou nas mãos do próprio Silvio Santos. Chegou a
surgir um projeto de programa de variedades para as tardes de sábado, que
também não foi adiante. Enquanto isso, entre 2007 e 2008, Ratinho surgiu no
comando de novos programas, como o Jornal
da Massa, Você É o Jurado e Nada Além da Verdade. Na época, o
comentário era de que o SBT só esperava o contrato de Ratinho acabar para ele
sair do ar de vez.
No entanto, em 2009, o Programa do
Ratinho ressurgiu das cinzas. Firmando uma nova parceria com Silvio Santos,
desta vez de sociedade, Ratinho conseguiu trazer seu programa de volta, na
faixa das 17h30. Inicialmente em formato de revista eletrônica, o programa,
depois, passou a investir mais em variedades, com games, entrevistas e humor.
Deu certo. Programa do Ratinho
alcançou uma audiência satisfatória, que o credenciou a voltar ao horário
nobre.
Na faixa das 21h30, o Programa do
Ratinho foi se moldando até chegar ao formato atual, com muitos quadros que
se revezam ao longo da semana. Hoje, a atração aposta em calouros às segundas,
games às terças, música às quartas, humor às quintas e variedades às sextas,
sempre com bom resultado. A atração não é mais o fenômeno de outrora, mas ainda
dá trabalho à concorrência, sobretudo à Record, que ainda pena para emplacar
uma linha de shows capaz de conter o roedor.
O que se vê nestes 20 anos é que Ratinho soube se moldar aos novos
tempos, mas sem perder sua persona como animador de vista. No palco, ele segue
sendo aquele sujeito divertido, meio rabugento, mas que sabe falar diretamente
ao povão. Sua personalidade como animador ficou tão evidente que Ratinho se
tornou maior do que seu próprio programa, o que é raro nos dias de hoje. Os
principais apresentadores da TV precisam se armar com quadros fortes para
enfrentar a concorrência. Ratinho, não. Ele se tornou a principal atração de
seu programa, como é o próprio Silvio Santos. Nada mal para quem quase saiu do
ar e, agora, segue como um dos principais nomes da televisão brasileira.
André Santana
9 Comentários
Olá, tudo bem?: Eu prefiro o Ratinho raiz. Aquele da década de 90 na CNT e Record... Jamais curti esse Ratinho do SBT. Atualmente, para mim, ele é mais empresário que apresentador. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirOi Fabio! Já eu nunca gostei do Ratinho "raiz". Nunca gostei de apresentadores gritalhões demagogos. E sempre achei Ratinho um baita animador. Ele é uma espécie de sucessor do Chacrinha. Abs!
ExcluirVou na opinião do Fabio. O Ratinho de hoje é Nutella, um apresentador de quadros, aquele Ratinho raiz transformou a TV brasileira no fim dos anos 90 no 190 Urgente da CNT e depois na Record com o Ratinho Livre se tornou mania nacional e capa da revista Veja numa época em que a baixaria se transformou em sinônimo de audiência e incômodo pra "poderosa", como ele chamava e como não esquecer as dancinhas com a música do Jornal Nacional cada vez que assumia o primeiro lugar no Ibope.
ResponderExcluirPois, como disse ao Fabio, nunca gostei do Ratinho "raiz". Ele é um apresentador de quadros, sim, mas é um dos poucos apresentadores da TV brasileira com uma identidade bem definida.
ExcluirNunca gostei do Ratinho, foi um plagiador do Alborghetti que explorou o quanto pôde a miséria humana em seus programas. Além disso é outro que lucrou politicamente com seu sucesso, inclusive em termos familiares. Mas inegavelmente, como você disse, ele foi esperto ao mudar parte do seu estilo com o passar dos anos e ele também passa uma imagem de autenticidade em seu jeito de ser, por mais que seja um "esperto" que lucra com seu programa de baixo nível. Isso faz com que ele tem espaço na mídia até hoje. Como apresentador e como "persona" posso entender, mesmo não gostando de vários aspectos, inclusive na questão política.
ResponderExcluir...com que ele tenha* (corrigindo)
ExcluirNunca enxerguei Ratinho como plagiador do Alborghetti, e sim como um discípulo dele. Hoje, o vejo como um animador, e dos bons. Meu texto se refere ao seu trabalho atual na televisão, sobre suas escolhas pessoais questionáveis eu não posso opinar. Mas gostei da sua colocação, ótima contribuição ao assunto.
ExcluirRatinho estou precisando de uma ajuda sua e faria qualquer coisa pra adquirir essa benção temos um sonho de comprar uma banca para vender nossas coisinhas trabalho com panos para pratos e de chão flanela e outros itens mas no momento tenho problema de coluna e queria muito que vc nós desse a oportunidade de ir aí para fazer qualquer coisa para nós tentar realizar esse sonho nosso orada uma melhoria no trabalho e na nossa renda para criar nossa filha amem nosso contato 85984258011
ResponderExcluireu quero edson Gomes na TV ouvir opinião sobre o Brasil
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