"Tá com saudades, né?" |
Chegou o dia que ninguém esperava: o dia em que começamos a
sentir saudades do Vídeo Show com Zeca
Camargo. A frustrada tentativa de transformar o vespertino da Globo num
talk show, num novo formato idealizado por Ricardo Waddington, deixou a pior
das impressões. Mas, venhamos e convenhamos, era um Vídeo Show muito melhor do que o que se tem visto hoje. Ver o
tradicional vespertino minguar diante de nossos olhos nos faz sentir muita
falta do Zeca Camargo afobado promovendo brincadeiras sem graça com seus
convidados.
Para quem não se lembra, o Vídeo Show com Zeca Camargo estreou no final de 2013. O novo
formato surgiu quando Ricardo Waddington assumiu a direção de núcleo do
vespertino e ganhou carta branca da Globo para fazer uma reformulação total. Na
época, o programa já não rendia resultados muito satisfatórios, fazendo a
emissora almejar uma grande mudança. A ideia era fazer um Vídeo Show completamente renovado.
Para isso, Zeca Camargo foi afastado do Fantástico para se tornar o novo âncora do Vídeo Show. Zeca surgiu num programa totalmente novo, diante de uma
plateia e recebendo um convidado por dia. Assim, cada programa era moldado para
o convidado do dia, que era entrevistado e relembrava sua própria história,
além de participar de brincadeiras no palco. As matérias de bastidores
permaneceram, surgindo entre uma brincadeira no palco e outra. O programa tinha
um DJ em cena e uma plateia ruidosa. Sem dúvidas, era uma renovação e tanto.
Mas o novo formato não emplacou. Dizia-se, na época, que o
público não aceitou um Vídeo Show que
não era o Vídeo Show. Diagnóstico que
nunca me pareceu correto. O grande problema do novo Vídeo Show era de ordem estrutural. O novo formato e o novo
apresentador eram muito bons! Entretanto, a execução foi falha, por alguns
motivos.
Zeca Camargo é um jornalista com grandes e bons serviços prestados.
Tem um currículo que fala por si. Tem repertório e conteúdo. Ou seja, um
profissional mais do que indicado para apresentar um talk show. Mas ele foi
incrivelmente mal dirigido. Zeca surgia extremamente afobado em cena, falando
rápido e gesticulando de maneira inexplicável. Faltou um diretor ali para
conter todo este entusiasmo. Além disso, a promessa de um talk show se diluiu
diante de um roteiro fraco. A entrevista do convidado era, quase sempre,
frustrante, já que era interrompida a todo o momento para a entrada de
brincadeiras sem graça. Parecia O
Formigueiro, talk show de Marco Luque na Band. Para piorar, não havia
diálogo entre o que acontecia no palco e as matérias apresentadas. Elas
apareciam de supetão, fazendo do Vídeo
Show um híbrido estranho.
Uma pena, já que a ideia sempre pareceu ousada e certeira.
Era evidente, desde aquela época, que o Vídeo
Show carecia de uma injeção de ânimo. Ele precisava, na verdade, se tornar
um outro programa. E foi isso que a equipe de Waddington fez. Foi uma mudança
ousada e necessária. Mas que, infelizmente, não deu certo, por problemas já
apontados aqui. O ideal, então, era que a direção analisasse os erros e
buscasse aparar as arestas do novo formato. Mas não foi isso que fizeram. Ao
contrário. Simplesmente abandonaram o novo formato, sem qualquer tentativa de
corrigir os equívocos. Por isso, o programa nunca mais foi encorajado a tentar
uma nova transformação radical.
E é justamente isso que o Vídeo Show precisa. Uma reforma radical. Não que precise ser um resgate
do formato com Zeca Camargo, mas uma reforma de maneira tão ousada quanto.
Porque, do jeito que está, claramente não dá mais para ficar. A coisa está tão
feia que o Vídeo Show tem amargado a
terceira colocação no Ibope, atrás de A
Hora da Venenosa, da Record, e Chaves
e Fofocalizando, do SBT. Ou seja, a
concorrência não exibe nenhum achado, pelo contrário. O público não fugiu
porque encontrou algo melhor, mas sim porque simplesmente se cansou do Vídeo Show. As mudanças na apresentação
não refrescaram a situação. Aliás, o que já era esperado, né? Só Boninho mesmo
para acreditar que trocar apresentador e repórter fosse resolver alguma coisa.
Sugiro uma transformação radical. Um formato realmente novo,
com um apresentador que tenha história e estofo e um roteiro que não caia no
lugar comum de sempre. Mas nem isso seria uma garantia de melhora. Isso porque
o Vídeo Show já teve tantas promessas
de mudanças nos últimos anos que, agora, sua imagem está arranhada. Resta saber
se este arranhão tem cura. Ou melhor seria pensar num novo programa para
substituí-lo. Mas é evidente que alguma coisa precisa ser feita. E com
urgência.
André Santana
6 Comentários
Essa é a maior prova de algumas coisas: 1 - O que "bomba" na internet não faz necessariamente o mesmo sucesso na "vida real" (digo isso em relação às "personalidades" que apresentam o atual VS). 2 -Infelizmente as pessoas gostam de barraco e fofoca, além de violência, o que explica essa audiência do Balanço Geral e quetais (e pelo visto a coisa deve piorar, basta ver os números da eleição...).
ResponderExcluirSobre o Vídeo Show com o Zeca concordo 100% com você. E já disse aqui que a melhor solução para a Globo combater a Record seria com jornalismo no horário, ou algum programa mais analítico (com jornalismo obviamente). Acho difícil a Globo reverter o quadro com um programa de entretenimento, o Vídeo Show cabe mais no sábado a meu ver.
Oi Alexandre! Pois é, acho que você tem razão. Um programa estilo Estúdio I, com jornalismo e variedades, seria a melhor solução para o horário, creio.
ExcluirOlá, tudo bem? É tão evidente que a Angélica deveria comandar o Vídeo Show.... A impressão passada é que desejam queimar o programa de propósito... Abs e bons votos no domingo, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirOi Fabio! Pois é, é esta mesmo a impressão. Porque os erros são tão primários que nem parecem sair da cabeça de tão bons e experientes profissionais de TV.
ExcluirA tv aberta a tarde nunca esteve tão sem graça !!!
ResponderExcluirTudo bem que o vídeo show este ruim das pernas ,mais acho o trio do balanço geral tão mesquinho eles são irônicos maldosos ,claro c o pessoal da Globo
Sim, Caio, as tardes estão jogadas às traças...
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