"Tô bem na fita!" |
Marcos Mion é um dos mais interessantes nomes da televisão
brasileira. No ar como apresentador há quase 20 anos, ele sempre chamou a
atenção pela esperteza e inventividade. Foi um dos nomes fortes da extinta e
saudosa MTV Brasil, sendo uma das figuras fundamentais da história do canal
musical. Depois, conseguiu driblar uma espécie de “maldição MTV”, conseguindo
se firmar como apresentador fora dali. E, depois de anos numa zona de conforto
morna, o apresentador ressurgiu à frente de A
Fazenda mostrando que ainda tem muita lenha para queimar.
Mion foi a cara da MTV do início do século 21. Estreou à
frente do Supernova, ao lado de Didi
Wagner em 2000, mas se destacou mesmo à frente do Piores Clipes do Mundo, onde criou um estilo que o destacaria. Ali,
divertia os adolescentes ao apontar as bizarrices dos clipes exibidos pela
emissora, sempre com bom humor. Deu tão certo que, no ano seguinte, o Piores Clipes do Mundo se tornou um dos
carros-chefe da programação da emissora e Marcos Mion foi alçado à condição de
astro do canal. Por conta disso, chamou a atenção da Band, que o levou para
criar um projeto capaz de substituir o SuperPositivo,
então apresentado por outra ex-VJ, Sabrina Parlatore.
Assim, em 2002, ele lançou o Descontrole. Levando a anarquia da MTV para um canal aberto, Marcos
Mion logo esbarrou nas limitações de uma rede comercial. Se viu obrigado a
mudar de rumo, relançando o programa com o sugestivo nome de Sob Controle. Não deu muito certo,
reforçando a tese de que ex-MTV’s não costumava fazer sucesso fora dos domínios
de onde surgiram. Deste modo, Marcos Mion acabou ficando um tempo afastado da
telinha, retornando à MTV algum tempo depois e voltando a fazer sucesso.
Nesta segunda passagem pela MTV, Mion voltou a chamar a
atenção ao comandar formatos divertidos, como o Covernation. Mais adiante, vieram outros sucessos, como o Mucho Macho, Descarga MTV e Quinta
Categoria. Este último voltou a colocar Marcos Mion no radar da TV aberta,
desta vez da Record, que viu nele a chance de dialogar com o público jovem.
Surgia o Legendários.
Mais uma vez, Mion esbarrou nas limitações da TV aberta. Legendários estreou com a proposta de
ser um programa de “humor do bem”. Na prática, era uma mistura pouco funcional
de Pânico com CQC. Aos poucos, a atração foi mudando, deixando de lado a proposta
de humor e informação, e partindo para o entretenimento puro e simples.
Tornou-se um show de auditório, com entrevistas, musicais e jogos com figuras
inusitadas. Marcos Mion, então, exercitou sua porção animador e foi muito bem.
Por muitos anos, Legendários
registrava excelentes índices de audiência nas noites de sábado da Record.
Mas, no ano passado, a Record optou por passar o Legendários para as sextas-feiras. No
novo dia, o programa perdeu relevância. Ficou escondido. Mion, então, murchou.
Com a decisão da emissora de encerrar a atração no final do ano passado, o
destino de Marcos Mion ficou incerto. Mesmo o apresentador já tendo sido visto
em outros programas da emissora, como Ídolos
e A Casa, ele estava perdendo o
espaço que construiu, e que era a cara dele. Sem dúvidas, era um momento de
transição complicado. E, desta vez, sem MTV Brasil para retornar.
No entanto, a sorte voltou a sorrir para Mion quando lhe
veio a incumbência de assumir A Fazenda.
O reality show, como se sabe, nunca teve um apresentador à altura. Sendo assim,
era a chance de ele se recolocar, numa nova posição. E Mion aproveitou esta
chance com louvor. Levou o papel de apresentador de A Fazenda a outro patamar. Ele se envolveu, curtiu e brincou,
deixando claro ao público o prazer de estar ali. Além disso, tinha visão de
jogo, contribuindo com o desenrolar dos acontecimentos. Com isso, conseguiu o
feito de “desengessar” o posto, driblando o excesso de texto sempre com
esperteza e muita competência.
Assim, ao final da temporada, Marcos Mion saiu fortalecido
de A Fazenda. O programa o colocou,
novamente, às vistas do grande público, ressaltando sua competência como
profissional de televisão. Mion, então, recuperou sua imagem e seu status,
colocando-se novamente como uma figura relevante dentro da TV brasileira. Não
por acaso, já surgiram notícias de que outros canais estão de olho no passe do
moço. Mion é um nome que tem muito a contribuir e pode fazer a diferença em
qualquer canal que venha a trabalhar. Merece, no mínimo, seguir à frente de A Fazenda. E, quem sabe, galgar novos
espaços na programação 2019 da Record.
André Santana
4 Comentários
Olá, tudo bem? Olha... Sinceramente... Não vi graaaande destaque na apresentação do Mion. Até, no início, estava eufórico demais. Eu gosto do Mion no Vale a Pena Ver Direito. Ali, ele é soberano realmente. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirOi Fabio! Bom, discordo de você. Acho Mion um apresentador acima da média. Abraço!
ExcluirEu amava o Quinta Categoria, da MTV. Inclusive, acho que o formato até cabe na TV aberta, o problema seriam os palavrões. A incompetência dos executivos da Record, que entendem tudo de igreja e nada de televisão, foi a responsável por mexer em time que estava ganhando e deu no que deu. Tomara que alguém acorde e dê um bom programa para o Mion na sonolenta tarde de sábado da Record, tenho certeza que ele renderia bons resultados ali.
ResponderExcluirQuinta Categoria cabe na TV aberta, sim, tanto que a Band exibiu três temporadas do É Tudo Improviso, e a audiência foi boa.
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