Gérson e Mestre Iodo |
Há 24 anos, estreava na Record um dos programas infantis
mais simpáticos já produzidos pela TV aberta brasileira. Agente G, uma série educativa de humor, estreava em 24 de abril de
1995, em pleno horário nobre da emissora. Exibido de segunda a sexta-feira, às
20 horas, logo depois do Jornal da Record,
o infantil conseguiu marcar uma geração e abrir caminho para a produção de
programas para crianças na emissora.
Agente G era protagonizada pelo
personagem-título, vivido por Gérson de Abreu. Ele era membro da GELO (Grupo
Especial pela Lei e Ordem), uma organização secreta que lutava contra os planos
da COISA (Central Odiosa de Inimigos Safados e Abomináveis), que fazia de tudo
para praticar todo tipo de maldade. A GELO tinha como agentes os habitantes da
geladeira de Gérson, como Salsinha (Fernando Gomes), Refri (Cláudio Chakmati),
Leite (Álvaro Petersen Jr), Coco (Wesley Crespo), Repolho (Cláudio Chakmati) e
a trêmula Gela Tina (Álvaro Petersen Jr). Todos eles seguiam os ensinamentos do
Mestre Iodo (Fernando Gomes), um guru esperto, mas um tanto atrapalhado. O
boneco era inspirado no Mestre Yoda, de Star Wars, e falava de maneira
enigmática, tal qual o “sósia americano”. Havia ainda o misterioso Chefe, de
quem só se via os olhos no refrigerador.
Enquanto isso, a COISA era liderada pela malvada Gina (Helen
Helene), uma figura odiosa que escondia uma quedinha pelo Agente G. Seus
capangas eram Nefasto (Álvaro Petersen Jr) e Sinistro (Cláudio Chakmati), dois
atrapalhados espiões que sempre falhavam em suas missões. Gina tinha como
principal confidente o Corvo Edgar Alan Poe (Fernando Gomes).
A cada episódio do Agente
G, a COISA colocava em prática um plano para descobrir “todos os segredos
da GELO”, como sempre repetia Gina. Porém, Gérson e seus amigos sempre
conseguiam desmascarar a COISA e desmantelar suas armadilhas. A história do dia
era costurada por quadros de conteúdo didático, como A Gente Sabe, com as aulas do Professor
LeChatô (Helen Helene); o A Gente Faz,
com as experiências de Gérson, quadro que o consagrou no X-Tudo, da TV Cultura; A
Gente Lê, com dicas de livros; entre outros. Além disso, o programa exibia
desenhos animados, como Supermouse, Beetlejuice e Bill Body, entre outros.
O elenco de Agente G
sofreu alterações ao longo de seus dois anos no ar. O primeiro foi Cláudio Chakmati, que deixou o país. Assim, o capanga
Sinistro foi substituído por Soturno (Wesley Crespo). Helen Helene, atriz
conhecida por contar histórias no Rá-Tim-Bum,
da Cultura, também deixou a série, sendo substituída por outra atriz conhecida
dos infantis da emissora educativa: Silvana Teixeira, famosa pelo Bambalalão. Silvana interpretou duas
personagens: Brígida, a nova malvada da COISA, e Bárbara, uma personagem “do
bem”, amiga do pessoal da GELO. Aliás, com a saída de Helen Helene, o Professor
LeChatô também sumiu da série, já que era a atriz que dava voz ao boneco. Em
seu lugar, entrou outro boneco, o Professor LeBobô (Fernando Gomes).
Em 1996, Agente G
passou por mudanças. O programa passou a se chamar A Turma do Agente G, mudou para a faixa da tarde e aboliu a
história do dia, focando apenas numa sucessão de quadros educativos sem muita
ligação entre eles. Com isso, a COISA saiu de cena, e novos personagens
chegaram, como Leonardo (Álvaro Petersen Jr), que comandava o quadro A Gente Desenha (que ensinava as
crianças a desenhar). Algum tempo depois, A
Turma do Agente G passou para a faixa matinal, com mais tempo no ar e
muitos desenhos, como Snoopy, Garfield
e Superman – The Animated Serie, além da série O Mundo de Beakman. Nesta época, Gerson chegou a ir aos EUA gravar
nos cenários do Beakman, com a presença do próprio (vivido pelo ator Paul
Zaloom), num dos crossovers internacionais mais legais da TV aberta do Brasil.
No entanto, A Turma do Agente G não
conseguiu fazer frente aos poderosos infantis matinais de Globo e SBT, deixando
a grade da Record em 6 de junho de 1997.
Agente G era fortemente inspirado nos
infantis da Cultura, como dito acima. Além de Gérson de Abreu, estrela do X-Tudo, e de outros atores já citados, o
programa contava com manipuladores de bonecos que também vieram dos infantis da
emissora pública, como Fernando Gomes (o X, o Julio do Cocoricó, o Garibaldo da Vila
Sésamo...), ou Álvaro Petersen Jr (a Celeste e o Godofredo do Castelo Rá-Tim-Bum), ou ainda Cláudio Chakmati (o Mau do Castelo, falecido em 1997). O roteiro
era assinado por Rosana Rios, Lúcia Tulchinski e Andréa Egídio, e o programa
era dirigido por Celso Exell, Arlindo Pereira, José Amâncio e Fernando Gomes.
Com o fim de Agente G, Gérson de
Abreu seguiu na Record, atuando na novela Estrela
de Fogo e na série infantil Vila
Esperança. Depois, migrou para a Globo, onde atuou na minissérie Aquarela do Brasil. Faleceu em 2002, aos
37 anos.
Veja o início do primeiro programa da segunda fase de Agente G
André Santana
5 Comentários
Nooooossa, lembro bem deste episódio especial do Agente G visitando o Mundo de Beakman! Excelente resgate!
ResponderExcluirTambém lembro como se fosse hoje! Muito emocionante!
ExcluirSó lembro do Vila Esperança, que eu amava.
ResponderExcluirEu acompanhei Vila Esperança, mas eu estava um pouco mais velho na época e não me interessava muito. Mas era um programa muito bem feito.
ExcluirOi João! Lembro do Acampamento Legal, sim! Sobre o Agente G, você foi certeiro: naquela época, a Cultura nadava de braçadas com infantis no horário nobre: Cocoricó às 18h30, Castelo Rá-Tim-Bum às 19h, O Mundo de Beakman às 19h30, e Doug às 20h. O desenho registrada ótima audiência, era o programa mais visto da Cultura na época, e incomodava as TV's comerciais, como você bem lembrou. Eu me lembro que eu começava a ver o Agente G sempre a partir das 20h30, pois não perdia o Doug! Bons tempos...
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