"Minha filha tá vivaaaaa!" |
Emanuel Jacobina, um dos criadores de Malhação, foi o autor que ditou o formato do programa. Foi ele quem
instituiu o romance adolescente, apostando num casal jovem que era atrapalhado
por uma megerinha a cada temporada. Porém, quando Cao Hamburger concebeu a
premiada Malhação – Viva a Diferença,
a trama juvenil alcançou um novo patamar. Assim, Jacobina tratou de adaptar o
seu estilo a esta nova realidade. E esta é a proposta da nova Malhação – Toda Forma de Amar, que
estreou nesta semana na Globo.
Deste modo, teremos sim um romance adolescente atrapalhado
por uma megerinha. Já se sabe que a mocinha da vez, Rita (Alanis Guillen), vai
se apaixonar pelo mocinho, Filipe (Pedro Novaes). Mas Filipe namora Martinha
(Beatriz Damini), que vai jogar areia no romance. O que muda é que, desta vez,
o conflito vem embalado em cores mais realistas. Rita é uma menina que foi mãe
jovem, e que agora busca a filha que lhe foi tirada. A bebê foi adotada por
Lígia (Paloma Duarte), justamente a mãe de Filipe.
Além da trajetória de Rita, Malhação – Toda Forma de Amar trata da violência urbana por meio do
encontro de seis jovens. Rita, Raíssa (Dora de Assis), Thiago (Danilo Maia),
Jaque (Gabz), Anjinha (Caroline Dallarosa) e Guga (Pedro Alves) são testemunhas
de um crime, e se unirão em torno do dilema de denunciá-lo ou não. A partir
daí, a trama pretende focar na amizade do grupo, bem como as diferenças que os
envolvem. Ou seja, qualquer semelhança com as “Five” de Viva a Diferença não é mera coincidência.
Para recuperar o prestígio de Malhação, abalado com a equivocada Vidas Brasileiras, Toda Forma
de Amar aposta numa trama que procura ser um tanto mais densa. E, para dar
substância a esta proposta, a direção da atração apostou num elenco de
veteranos de peso. Além de marcar um bem-vindo retorno de Paloma Duarte às
novelas, com uma personagem bem diferente do que já viveu, a novela aposta
ainda em outros nomes populares. Henri Castelli, Tato Gabus Mendes, Olívia
Araújo e Mariana Santos são alguns dos destaques.
A direção artística de Adriano Melo também busca um
acabamento mais maduro à trama. Isso pode ser percebido na fotografia e
ambientação, que fogem do Rio de Janeiro de cartão postal. O resultado é uma
urbanidade que dá aos cenários de Toda
Forma de Amar uma heterogeneidade, o que destaca as diferenças culturais
dos personagens. Tal qual a São Paulo de Viva
a Diferença. Ou seja, a nova temporada não esconde a inspiração. Resta
saber se conseguirá ser tão vitoriosa quanto a outra.
André Santana
6 Comentários
Eae André, a nova Malhação parece mais clipada e menos didática como foi a modorrenta Vidas Brasileiras. Parece que pode render com a volta do maniqueísmo!
ResponderExcluirA proposta é boa. Vamos ver se rende!
ExcluirGostei da historia se passar na periferia. .notei que já já um tempo as novelas tao saindo um pouco do rj
ResponderExcluirVerdade, Miguel! Isso é positivo!
ExcluirTirando o JN e o jornal local, constatei que a há dias que a Globo exibe SETE programas de dramaturgia seguidos. Socorro!
ResponderExcluirMalhação, pra mim, deveria ter acabado há anos. Não sinto mais vontade de ver.
Sim, a Globo tem esse problema. Que se agrava nesta fase pós-BBB, quando estreia uma sacolada de séries na linha de shows. Por isso sempre vi com bons olhos a aposta do canal em auditórios no horário nobre. Pena que ainda não acharam um formato de maior apelo. Mas espero que não desistam.
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