Vingançaaaa... |
Ouro Verde, novela que a Band na última segunda-feira,
15, tem inúmeras qualidades. É um novelão clássico, com bom texto, excelente
direção e fotografia e ótimos atores em cena. A trama portuguesa, vencedora do
Emmy Internacional de Melhor Telenovela, bebe da fonte das novelas brasileiras
e não decepciona quem gosta de um bom folhetim. No entanto, a exibição da Band
tem falhas, que podem colocar a perder todo o potencial da trama.
Ouro Verde é uma história de vingança, como
boa parte das novelas brasileiras. Zé Maria (Diogo Morgado) viu sua família ser
assassinada a mando de Miguel (Luís Esparteiro), um poderoso empresário
português. O mocinho, então, foge para o Brasil, onde ergue um império e se
torna Jorge Monforte. Anos depois, ele se prepara para retornar à Portugal como
acionista da empresa de Miguel, com o plano de acabar com ele. Mas ele terá um
empecilho: a paixão por Bia (Joana de Verona), filha de seu inimigo.
Ou seja, trata-se de um texto clássico, baseado no bom e
velho Conde de Monte Cristo. No entanto, a embalagem bem acabada e o texto
instigante de Maria João Costa, que entende bem da carpintaria da telenovela,
são os atrativos de Ouro Verde. Além
disso, é sempre bom ver atores brasileiros em cena, como Zezé Motta (Neném),
Silvia Pfeifer (Monica) e Bruno Cabrerizo (João). É a chance, também, de ver
atores portugueses conhecidos por aqui atuando em sua terra natal, como Pedro
Carvalho (Tomás). Assim, a Band tem em mãos um excelente produto, bem de acordo
com a preferência do espectador brasileiro.
No entanto, a Band parece não saber valorizar o bom produto
que dispõe. O primeiro capítulo teve algumas falhas questionáveis, como a
duração do capítulo e a edição equivocada. A emissora exibiu um capítulo com
ganchos sem sentido, e com um final sem qualquer emoção. Ficou claro que o
primeiro capítulo exibido pela Band foi menor que o primeiro capítulo original.
Além disso, a dublagem brasileira é um problema. A emissora
parece não confiar que seu público compreenderia uma trama com sotaque
português. É até compreensível, afinal, a TV brasileira nunca exibiu um produto
português com som original. Entretanto, como há muitos atores brasileiros em
cena, houve a opção por não dublar alguns deles. Assim, nomes como Cassiano
Carneiro (Edson) e Adriano Toloza (Edu) surgiram com vozes completamente
diferentes.
Enquanto isso, Zezé Motta e Silvia Pfeifer não foram
dubladas. Mas Monica, apesar de não ter sotaque, fala como os portugueses.
Assim, ela usa o “tu”, e não o “você”, como usamos aqui, entre outras
diferenças. Mas, como os demais estão dublados e falando um claro português do
Brasil, Monica é quem soa diferente. O resultado no ar é bem bizarro. Isso sem
falar na abertura, pavorosa!
Mas Ouro Verde é
uma produção com qualidades. E, ao menos, o canal oferece a opção de se
assistir com o áudio original, que, acredite, é bem compreensível aos nossos
ouvidos. Fica a torcida para que a Band perceba que pode ir mais longe com esta
novela. Os bons índices de audiência iniciais mostram que a novela tem apelo
por aqui.
André Santana
4 Comentários
Olá, tudo bem? Realmente notei que Cassiano Carneiro está com a voz dublada. Mas é uma sinuca de bico realmente. Dubla? Não dubla? O sotaque português está bem menos "carregado" para os nossos ouvidos, principalmente entre os mais jovens. Já comentei isso no meu blog. Não é uma decisão fácil. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirJá deve nível a com portugueses aqui do falabela lembra ..o povo entende sim
ExcluirOi Fabio! É verdade! Sempre que assisto Ouro Verde, vejo com o áudio original e entendo tranquilamente. Dublar "parcialmente" não me pareceu uma boa ideia, me incomodou muito a diferença de som entre os dublados e não dublados. Aliás, é a mesma sensação ruim de Donas de Casa Desesperadas, lembra? Os atores brasileiros com suas vozes e o elenco de apoio argentino, dublado. Era muito esquisito. E concordo, Miguel, dá pra entender bem o português de Portugal. Abraços!
ExcluirA própria novela tem falhas, como no capitulo exibido ontem 27/07, a personagem Bia usa o mesmo biquini que usou ha 10 anos no Rio de Janeiro. Detalhes q p noveleiros nao passam despercebidos.
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