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Com ares de "Uma Linda Mulher", "Amor Sem Igual" traz respiro à dramaturgia da Record

"Sou muito poderosa!"

Amor Sem Igual, nova novela da Record, estreou esta semana tendo vários desafios a superar. Afinal, caberá à nova trama de Cristianne Fridmann consolidar a faixa “não-bíblica” de novelas da emissora, mostrando ao público do canal que a programação vai além da religião. E, para deixar isso claro, a nova produção da Record vem com uma ousadia e tanto. A trama é protagonizada pela prostituta Poderosa (Day Mesquita).

Surpreendentemente, a primeira semana de Amor Sem Igual mostrou as dificuldades da vida levada por Angélica, a Poderosa. A garota de programa sofreu violência, foi humilhada e passou por várias provações, mostrando que a tal “vida fácil” não é tão fácil assim. O fato de a protagonista ter sido mostrada assim, sem juízo de valor, foi o grande mérito da estreia. A profissão não foi romantizada, nem exaltada e nem julgada.

Mas a clara inspiração em Uma Linda Mulher mostra que Amor Sem Igual não deve ir muito fundo na temática da prostituição. A sequência de Poderosa sendo humilhada numa loja fina e saindo por cima remeteu bastante ao famoso filme de Julia Roberts. O humilde Miguel (Rafael Sardão) se apaixonou pela jovem, mesmo sabendo que ela é uma prostituta. Porém, Angélica não acredita no amor, partindo daí o conflito romântico do casal principal. Isso e o fato de Poderosa ser perseguida pelo desconhecido irmão Tobias (Thiago Rodrigues), que não quer que o pai a encontre para não precisar dividir uma herança. Em suma, o bom e velho folhetim.

Uma das coisas que chamou a atenção na estreia de Amor Sem Igual foi a escolha dos protagonistas. A escalação mostra uma tendência da dramaturgia da Record de apostar em “pratas da casa”, ao invés de buscar atores sem contrato de novelas recentes da Globo. Isso é importante no sentido de renovar o elenco e apostar em sangue novo.

Day Mesquita tem passagens pela Globo, Band e SBT, mas caiu nas graças da Record depois de sua participação na cinebiografia de Edir Macedo, Nada a Perder. Assim, ela surge aqui como a jovem desesperançosa que deve ser transformada pelo amor, e está muito bem. Já Miguel é vivido por Rafael Sardão, ator “nascido e criado” na Record. Depois de participações em tramas como Rebelde, Pecado Mortal, Os Dez Mandamentos e Jezabel, entre outras, ele agora aparece liderando o elenco de Amor Sem Igual. E a aposta se mostrou bastante acertada. Sardão não decepciona com um personagem difícil em mãos.

Mesmo com tom romântico, o fato de Amor Sem Igual ter uma prostituta à frente da história mostra que a Record vem buscando novos caminhos para sua dramaturgia. Claro, sempre há o risco de Poderosa ser “salva” pela religião. Mas se conseguir escapar deste caminho fácil, Amor Sem Igual pode funcionar. A história criada por Cristianne Fridman parece interessante e cheia de possibilidades.

Assim, o desafio da trama será driblar um possível conservadorismo da audiência da emissora. Ultrapassando esta barreira, Amor Sem Igual pode emplacar. E, caso emplaque, estaremos definitivamente diante de uma nova fase na dramaturgia da Record.

André Santana

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5 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Eu não vejo problema em ser "conservador". É um direito. Se parte do público é assim, há programas que devem ser dirigidos a esse telespectador. Gostei da semana de estreia de Amor Sem Igual. Veremos se manterá o fôlego. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Sim de moderninha ja tem a Globo a Record seria uma opção ao povo que quer novelas mais tradicionais. ..so tem que dosar

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    2. Oi Fabio, tudo bem? Fabio e Miguel, eu também não tenho nada contra o conservadorismo, apesar de eu não me considerar conservador. Creio que não entenderam o que eu disse. O que eu quis dizer é que a audiência da Record é conservadora, e uma novela protagonizada por uma prostituta me parece não muito. Então, existe a possibilidade de o público da emissora não comprar a ideia. Foi isso que eu quis dizer. Aliás, eu tenho pra mim que Jezabel não emplacou por isso. Eu trabalho com uma pessoa que gosta das novelas bíblicas da Record e, na época da estreia de Jezabel, ela me disse que não ia assistir porque a protagonista era muito malvada, e ela não gostava disso. Ela é meu "termômetro" quando eu falo em "público da Record". Mas é uma impressão minha, claro! Abraço proceis!

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  2. A musica de abertura é gospel e tem a "supervisão/opressão" de texto da Cristiane Cardoso. Não é bom sinal, pois interfere diretamente na liberdade artistica da autora.

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    1. Vamos ver como será esta interferência. Se a Poderosa não for "salva" pela igreja, já será um avanço.

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