Se joga? |
Pouco mais de dois meses depois de sua estreia, o Se Joga ainda não disse a que veio. O
vespertino da Globo segue sendo freguês do Balanço
Geral e seu A Hora da Venenosa em
São Paulo, e tem desempenho pouco feliz nas demais praças também. Com isso, já
começam a surgir boatos de que a atração poderia estar com os dias contados.
Falaram que ele poderia ter uma “temporada encerrada” para voltar em março de
2020, reformulado, mas a emissora negou. Afinal, o programa de Fernanda Gentil,
Érico Brás e Fabiana Karla tem solução?
Implantar um programa novo realmente exige paciência e olho
vivo. A Globo já tem experiência em lançar novas atrações que cambaleiam, mas
depois acabam encontrando um rumo no ar. Talvez a mais recente experiência na
grade diária (que eu me lembre) tenha sido o Encontro com Fátima Bernardes, que estreou com baixa audiência e
muitas críticas, enfrentou algumas mudanças e acabou tomando um rumo
interessante.
Outro exemplo de insistência, este mais antigo, é o Mais Você. O programa de Ana Maria Braga
estreou justamente na faixa do Se Joga,
e não agradou. Mesmo assim, a direção da emissora insistiu no programa: dez
meses depois da estreia, mudou o horário para 11h; quatro meses depois, o
programa saiu do ar, retornando apenas três meses depois, reformulado e em novo
horário; e, aos poucos, foi entrando nos eixos. Mais Você acaba de completar 20
anos. Ou seja, a insistência deu certo.
Porém, é preciso lembrar que programas como Mais Você ou Encontro cambalearam, mas ainda assim mantinham a Globo numa
posição menos periclitante. O que não acontece com o Se Joga, que chega a figurar na terceira colocação no ranking do
Ibope, sem fôlego até para enfrentar a enésima reprise de Os Thundermans, no SBT. Além disso, Mais Você e Encontro estrearam
com propósitos bem definidos, e foram mudando apenas a maneira de trabalhá-los.
Isso não acontece com o Se Joga, que
é um programa esquizofrênico e que atira para todos os lados.
Dois meses e muitas críticas depois, Se Joga continua sem
foco. É game, é fofoca, é entrevista, é humor, é conselho sentimental, é até
aula de inglês! Não há um espectador que se interesse por tudo isso ao mesmo
tempo. E, até aqui, nada foi feito para fazer da atração um programa mais
direcionado, com identidade. Este deveria ser o primeiro passo em busca de uma
solução: ver o que está funcionando e passar a mirar nisso, esquecendo deste
monte de “penduricalho” que mais atravanca do que ajuda o programa. Se for pra
insistir no erro, melhor encerrar o programa de vez e trazer de volta o Vídeo Show!
André Santana
4 Comentários
Nem mesmo a simpatia e competência da Fernanda Gentil conseguem me prender diante desse programa. Pelo menos o Vídeo Show tinha conteúdo interessante para quem gosta de TV e seus bastidores.
ResponderExcluirA fase com Ana furtado e André Marques não era tão ruim afinal
ExcluirSim, Mister Ed, eu também gosto bastante da Gentil, acho ela rápida, esperta e engraçada. Mas como fazer milagre com um programa deste em mãos? Miguel, vendo o Se Joga, eu sinto saudades até do Vídeo Show com Zeca Camargo! Abraço proceis!
ExcluirJoão Paulo, até concordo com você. O Se Joga nasceu errado. Mas a Globo tem um histórico de corrigir erros com o avião no ar. Então, eu também acredito que o canal poderá achar um caminho. Mas, claro, é uma tarefa difícil, quase impossível. Serão necessárias reformas profundas.
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