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Top 10 de 2019: destaques negativos


A televisão brasileira errou muito em 2019. Por isso, a primeira parte da retrospectiva 2019 do TELE-VISÃO lista os destaques negativos da programação do ano que termina. A lista é elaborada baseada na opinião deste que vos escreve e, portanto, é sujeita a injustiças e esquecimentos. A ordem em que aparecem não é importante. Acompanhem:

- “Se Joga”

Neste ano, a Globo demonstrou ousadia ao acabar com programas clássicos, mas que não rendiam mais os resultados de antes. Nesta leva, o Vídeo Show teve um fim melancólico, apressado e sem direito a homenagens. E a promessa era de que a atração seria substituída por um programa mais abrangente e moderno. Este programa estreou cerca de nove meses depois do fim do Vídeo Show e não disse a que veio. Se Joga é um emaranhado de quadros de gosto duvidoso, sem foco e nem propósito. Além disso, não trouxe qualquer novidade. Resultado: apanha ainda mais de A Hora da Venenosa que seu antecessor. Algo errado não está certo.

- “MasterChef”

A Band tanto fez que conseguiu o que queria em 2019: desgastar o seu principal produto de entretenimento. Ao apostar em mais duas longas temporadas de MasterChef, a emissora contribuiu para o cansaço da fórmula, que registrou suas piores audiências em 2019. Além disso, o canal errou ao transferir a atração para os domingos, sendo que estava mais do que consolidado às terças-feiras. Tentou corrigir o erro na segunda temporada do ano, voltando para as terças, mas já era tarde. MasterChef já não é mais mania e nem gera discussão. Passou quase despercebido. Uma pena.

- “O Sétimo Guardião”

A aguardada volta de Aguinaldo Silva ao realismo fantástico foi uma grande decepção. O autor, desta vez, fugiu da comédia e tentou apostar num suspense mal ajambrado. Porém, com personagens sem força e uma trama que não fazia sentido (afinal, pra que proteger a fonte de água mágica, se ela nunca era utilizada para nada?), O Sétimo Guardião serviu apenas para deixar espectadores aborrecidos e atores insatisfeitos. As reprises de A Indomada e Porto dos Milagres no Viva reforçaram que O Sétimo Guardião estava muito aquém da capacidade de seu autor.

- Novelas bíblicas

A Record tomou um tombo com suas novelas bíblicas. Tentando repetir o sucesso de Os Dez Mandamentos, a emissora fez uma aposta a prova de erros na vida do maior profeta do cristianismo em Jesus. Mas o resultado fraco mostrou que a fórmula caminhava para a exaustão. Houve uma tentativa de mudança com Jezabel, que apostou numa protagonista mulher e vilã. Apesar da “ousadia”, a macrossérie também não aconteceu. Resultado: a emissora promoveu nova interrupção na linha das novelas bíblicas e se viu obrigada a reprisar O Rico e Lázaro. Gênesis está prevista para substituí-la, mas a produção está cercada de informações desencontradas. Complicado.

- “A Dona do Pedaço”

Walcyr Carrasco precisa, definitivamente, de férias. Ao emendar uma novela na outra, o autor não mais exerce sua criatividade, e sim propõe um emaranhando de ideias a prova de erros e vai jogando-as ao sabor da resposta da audiência, sem qualquer compromisso com uma história bem contada. A Dona do Pedaço é o auge desta fórmula de pasteurização do autor, com uma novela toda errada, personagens sem motivação e que mudavam de personalidade a toda hora, além do sempre humor de gosto duvidoso e grosseiro que o autor insiste em imprimir em suas obras. Foi um sucesso, é verdade, mas a que preço?

- Reality shows

Os três principais reality shows de confinamento da TV aberta não tiveram grandes temporadas em 2019. O ano já começou errado com o Big Brother Brasil 19, que tentou surfar na polarização política, mas acabou por confinar pessoas nem um pouco interessadas em jogar. Virou uma colônia de férias, e um tédio só para quem assistia. O mesmo aconteceu com o Power Couple, da Record, que teve um elenco apagado e poucos momentos marcantes. No fim do ano, A Fazenda também teve rumo semelhante, com o agravante de que as poucas pessoas que poderiam fazer o jogo render foram sendo eliminadas pelo público. Assim fica difícil.

- Silvio Santos

2019 foi mais um ano em que Silvio Santos se destacou negativamente. O apresentador se recusa a perceber que muitas de suas brincadeiras já não fazem sentido nos dias de hoje, promovendo um festival de ofensas e constrangimentos. Um concurso de beleza infantil, uma saudação sem sentido a Hitler e até uma polêmica no qual o apresentador preferiu premiar uma cantora branca, enquanto o auditório havia escolhido uma cantora negra. Isso sem falar na aproximação muito exagerada ao governo, com a presença constante de políticos em seu auditório. Silvio Santos sempre esteve ao lado do governo seja ele qual for, é verdade, mas nunca o fez de maneira tão escancarada como agora.

- “Padre Alessandro Campos”

A RedeTV chegou aos 20 anos com pouco a comemorar. Dentre tantos erros, destaque para o programa Padre Alessandro Campos, uma aposta da direção do canal para reavivar suas manhãs. O programa estreou já com polêmicas, quando internautas compartilharam vídeos do padre ofendendo senhoras que frequentavam suas plateias. Depois, um site revelou que o padre cobrava para que suas fãs participassem de seu auditório. Por fim, o programa se mostrou um tédio, no qual o padre apenas cantava suas músicas e fazia orações. Por uma hora. Toda manhã. Não tinha como dar certo e o programa saiu do ar cerca de dois meses depois da estreia.

- “As Aventuras de Poliana”

Depois de um início arrebatador, a novela infantil do SBT começou a perder fôlego. A audiência da trama de Iris Abravanel se viu em queda livre ao longo de 2019, mostrando que foi um erro prolongá-la por tanto tempo. Para piorar, o SBT decidiu economizar e não fará uma nova novela em 2020, preferindo apostar numa nova temporada de As Aventuras de Poliana. O desgaste parece inevitável.

- “Domingo Show” e “Hora do Faro”

Demorou, mas a Record finalmente está pagando o preço por ter reduzido seus programas de auditório a chororôs gratuitos. O Domingo Show voltou a ganhar investimentos em 2019, mas não foi o suficiente para que o programa de Geraldo Luís recuperasse sua audiência perdida, que migrou para o alegre Domingo Legal, do SBT. O parco desempenho fez com que Geraldo perdesse sua vaga nos domingos. Além disso, a entrega em baixa prejudicou o Hora do Faro, outro programa que abusa das histórias tristes. Neste ano, Rodrigo Faro ainda encarou a ira de espectadores ao ser flagrado perguntando como estava a audiência, ao vivo, durante uma homenagem a Gugu Liberato. Pela primeira vez, Hora do Faro fechará o ano atrás de Eliana, do SBT (outra que anda abusando da tristeza).

E para você, internauta? Quais os destaques negativos de 2019? Deixe sua opinião! Nos vemos no sábado que vem, 4 de janeiro, com os destaques positivos! Até lá!

André Santana

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4 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Já divulguei no meu blog a lista dos melhores da TV brasileira no meu blog. E ainda publicarei a relação dos piores. Desejo um excelente 2020! Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Oi Fabio! Irei ver sua lista. Obrigado pela presença! Feliz 2020! Abraço!

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  2. Nossa, André, muito bem escolhida a lista de destaques negativos, concordo com tudo. A Globo não foi feliz em sacrificar o Vídeo Show, o programa (apesar de desgastado) ainda era melhor que o Se Joga. O SBT segue sendo um canal que não me prende mais. Gosto do Bake Off, da Maisa, mas raramente os vejo na TV de Silvio Santos (Bake Off repisa no Home & Health e Maisa fica disponível no YouTube). MasterChef segue sendo um dos meus preferidos mas, de fato, já não tem a mesma repercussão. Já que irão manter duas temporadas do programa no ano podiam, ao menos encurtar a primeira para haver um respiro. Já a Record é um caso perdido. Seu jornalismo sensacionalista ganha cada vez mais espaço, suas novelas bíblicas já não rendem a mesma audiência (mas insistem nelas), os seus realities estão cada vez mais mal elencados e explicitamente manipulados e seus programas de auditório viraram um show de lágrimas. Socorro!!!

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    1. Pois é, Mister Ed! Resumiu bem! Coisas tristes da TV 2019...

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