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"Caldeirão do Huck" e o futuro dos programas de auditório

Estava este pequeno jornalista ouvindo o podcast UOL Vê TV, no qual os jornalistas Mauricio Stycer, Débora Miranda, Flavio Ricco e Chico Barney comentam os assuntos da semana na telinha, quando me deparei com um debate muito interessante sobre o futuro dos programas de auditório. Em tempo de pandemia e distanciamento social, fica inviável reunir um grande número de pessoas dentro de um estúdio de TV. Assim, enquanto não houver vacina contra a covid-19, os programas de auditório não poderão ter auditório. É uma mudança e tanto, se levarmos em consideração que programas de auditório sempre formaram um dos pilares de sustentação da TV brasileira.

No entanto, este debate tem outras variáveis consideráveis. A principal delas é o fato de os programas de auditório estarem em franca fase de extinção. O que se vê na TV hoje, no geral, são programas COM auditório. Ou seja, programas gravados com uma plateia, mas que a plateia não serve para nada além de compor o ambiente. Resumindo, fazem parte do cenário. Todos os “novos” programas de auditório são assim. São, na verdade, colchas de retalhos com auditório.

Caldeirão do Huck é o expoente máximo deste “novo gênero”. Luciano Huck faz um programa cheio de quadros, sendo que boa parte dele acontece em externas ou em outros estúdios que não o estúdio principal do Caldeirão. No cenário principal, ele apenas faz merchans e “costura” os demais quadros. Atualmente, o cenário principal da atração vem servindo de palco para o quadro Pequenos Gênios, gravado antes da pandemia. Ou seja, é um raro momento em que o estúdio principal serve para alguma coisa. No geral, não serve para nada.

Há outros quadros com auditório, como Quem Quer Ser um Milionário? e The Wall, este último atualmente em exibição. Os dois gravados em outro estúdio, mas com presença de plateia. Porém, a plateia também serve como decoração. Se não tivesse plateia, ou se ela fosse reduzida, não faria diferença. Além disso, recentemente, Luciano comandou um Gonga La Gonga de casa, com convidados e jurados interagindo por videoconferência. Funcionou. A plateia não fez falta.

Eliana, no SBT, e Hora do Faro, na Record, também surfam nesta onda. Os dois programas têm plateia, mas se não tivessem não faria diferença. Tanto que a plateia de Eliana sempre foi super reduzida. Se sumisse de vez, ninguém sentiria falta. Neste contexto, apenas Silvio Santos comanda um programa no qual realmente o auditório faz diferença. Ratinho também interage bastante com a plateia, mas já está gravando seu programa sem ela, ou seja, é possível fazer sem auditório.

Sendo assim, minha contribuição com esse debate é: os programas de auditório não passarão por grande reinvenção. Apenas assumirão que, na prática, nunca foram programas de auditório. Luciano Huck e seus colegas poderão, perfeitamente, seguir tocando seus programas (claro, dentro de todas as medidas protetivas e de segurança), sem plateia e sem maiores modificações. Vai continuar funcionando.

André Santana

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12 Comentários

  1. Muito bom o texto, porém a formatação do espaçamento entre linhas está muito curto tornando difícil a leitura.

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    1. Oi, tudo bem? Peço desculpas. Atualizei o blog de um outro computador que não o meu, e a formatação saiu toda errada. Vou evitar fazer isso pra que este erro não ocorra novamente. Obrigado pelo toque.

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  2. Outros programas em que a plateia parece necessária, ainda que minimamente, da condução do programa, são o Domingão do Faustão e o Altas Horas, mas o jeito morto da plateia do Altas Horas é sempre motivo de comentário no Twitter. Acho que a presença da plateia talvez só se justifique por um interesse de fazer o público conhecer como funciona a televisão, mas conhecer pra participar de uma plateia que não acrescenta nada deve ser bem chato.

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    1. Eu acho interessante o fato de o Altas Horas dar voz à plateia. Mas é um programa que pode, sem dúvidas, ser feito sem plateia ou com plateia reduzida.

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    2. Platéia virtual por video conferência

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  3. Desde criança fui apaixonado por programas de auditório, principalmente os infantis anos 90 ,silvio Santos enfim ..
    Nunca imaginei que um dia um vírus tiraria a plateia e novelas deixariam de ser produzidas
    OUVI dizer que silvio Santos, Raulbfil ambos com bem mais de 80 anos só voltam em meados do ano que vem

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    1. Não divido, viu, Caio? O Silvio Santos não grava sem plateia, e acho que fazer programa com plateia este ano é impossível.

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  4. Realmente são raros os programas de auditório, de fato, nos dias de hoje. Lembro-me que nos tempos de Gugu no Domingo Legal, o animador interagia bem com a plateia. Saudades. Sobre o Caldeirão, eu gostava do formato inicial, mais musical, com entrevistas, inclusive internacionais. O programa do Huck ficou muito chororô, só que a Globo consegue fazer assistencialismo sem beirar o sensacionalismo, como a Record faz. Última vez que vi Caldeirão, foi o especial de Sandy e Junior. Acho o programa atual um saco, mas com bons quadros.

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    1. Mister Ed, ultimamente tenho visto mais o Huck. Ele ainda faz assistencialismo, mas tem investido em games muito legais. E eu amo games, hehehe!

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    2. O foco do auditório nesses programas sempre foi resposta aos cantores se apresentando..quando nao havia Internet a reação era a meduvao de sucesso ..aparecer no Faustão era o auge do artista estourado tanto que as Rouge ficaram emocionadas quando participaram ..no caso do sbt ele e movodk pelo programa Silvio Santos e as coleguinhas que respondem as perguntas. .mas talvez de pra fazer por Skype..novos tempos talvez bom pra renovação da TV meio decadente

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