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Feito em casa, "Conversa com Bial" ganha agradável tom íntimo


O programa de entrevistas sempre fez parte da história da TV. E neste momento de isolamento social, acompanhar uma boa conversa se tornou um programa ainda mais necessário. Por isso, a direção da Globo acertou em cheio ao retomar o Conversa com Bial, feito da casa do apresentador e baseado em videoconferências. Com a mudança, a atração de Pedro Bial valorizou a entrevista e o entrevistado, dando protagonismo à conversa de fato e retomando a raiz do talk show, feito com uma cadeira e um entrevistado que tem o que dizer.

Desde a sua estreia, em 2017, o Conversa com Bial sempre se mostrou uma alternativa aos night shows. Ao substituir Jô Soares, um showman que fazia suas entrevistas baseadas no humor, Bial deu um tom mais jornalístico à sua arena de perguntas. No entanto, não fugiu de alguns elementos que pareciam imprescindíveis para o formato, como a plateia, a banda ao vivo e até a caneca (ou copo) com bebida. Assim, a atração veio com a proposta de valorização da entrevista e do entrevistado, mas tendo ao seu redor outros elementos que garantiam o tom de show.

Agora, não. Totalmente centrado na videoconferência, Conversa com Bial perdeu todo o lado de “show” e se tornou um programa de entrevistas “raiz”. Esta nova temporada resgatou um formato clássico, com entrevistador e entrevistado “frente a frente” (neste caso, de frente, mas à distância), num tipo de talk show que consagrou grandes jornalistas, como Ferreira Netto e Marília Gabriela. E funcionou muito bem, já que reúne convidados que têm o que dizer com um apresentador que sabe perguntar.

Além disso, a nova versão do Conversa com Bial conta com um aparato muito menos suntuoso. E isso se reflete nas entrevistas. Com o convidado em sua própria casa, falando apenas diante de uma pequena câmera, a conversa ganha um tom mais íntimo. O convidado não parece se sentir num programa de TV, já que está na sua casa, sem cameraman, holofotes ou plateia. Ou seja, ele literalmente está em casa. Com isso, fica claro que o entrevistado fica mais à vontade, totalmente desarmado, dando declarações que nunca deu. Isso faz a entrevista render ainda mais.

Foi assim na estreia, quando Pedro Bial comandou uma conversa riquíssima, interessante e muito emocionante com Gloria Maria. Ao conversar com o ator Paulo Gustavo, Bial mostrou o quanto a vida cotidiana do ator não é diferente de qualquer outra. Anitta, normalmente mais “mascarada” em entrevistas, também se mostrou mais “humana”. E o que dizer da entrevista com Lima Duarte? Cheia de conteúdo e emoção. Fechando a semana, a conversa com Xuxa foi bonita, franca e muito divertida. Em suma, uma excelente semana de estreia.

Fora isso, Conversa com Bial mostra que é possível fazer uma televisão simples e eficaz. Num momento em que se exige criatividade e até soluções improvisadas para seguir produzindo, o programa perdeu qualquer pudor com uma possível falta de recursos, passando o recado claro que qualquer dificuldade técnica pode ser relevada quando há um bom conteúdo sendo exibido. Numa videoconferência, nem sempre som e imagens são da melhor qualidade. Mas isso perde importância diante de um bom papo. E realizar uma série de entrevistas sobre os 70 anos da TV brasileira também parece uma excelente ideia, neste contexto de reinvenção da própria maneira de se fazer TV. Conversa com Bial retornou promissor.

André Santana

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10 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Meu Deus.. Eu lembro quando a TV brasileira festejou 50 anos. Já vai para 70.... O programa Conversa com Bial é muito bom mesmo. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Oi Fabio! Nossa, nem me fale! Comprei tudo o que saiu de especial dos 50 anos de TV nas bancas e livrarias, e assisti aos especiais de TV (como a série TV Ano 50 da Globo, que foi bem legal). E já se passaram mais 20 anos... tamo véio! rs Abraço!

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  2. Sempre acho que a TV tem que parar de tentar inventar a roda. Pirotecnia é bom, mas cansa. E em alguns casos, só traz cara de novidade pra algo que é muito mais profundo, que é o conteúdo e a qualidade do que se apresenta, a densidade, o objetivo que se propõe. Um programa de entrevistas precisa ter bons entrevistados, que agreguem ao apresentador que conduz. E no caso de Bial, sabe como conduzir.
    Lucas - www.cascudeando.com

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    1. Disse tudo, amiguinho! Sempre uma alegria tê-lo por aqui, Luquita! Abração!

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  3. Acho que o formato da entrevista assim tem outra vantagem que pode ser pensada para o futuro quando o programa voltar ao estúdio, que é enxugar o número de convidados; o Bial já vinha fazendo isso, mas penso que tem de manter, 2 no máximo por programa, para poder estender e explorar mais o (a) entrevistado (a). E como você disse, é um formato que vai na contra-mão dos outros programas de entrevistas do Brasil, onde o entrevistador muitas vezes quer aparecer mais que o entrevistado (às vezes com talento, como no caso do Jô, em outras vezes, não).

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    1. Verdade, Alexandre! Mas mesmo quando o Bial recebia mais de um entrevistado, ela pra poder fazer render a conversa sobre um tema. E é isso que eu sempre gostei no programa dele. Muitas vezes não era "apenas" uma entrevista, mas também um debate.

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  4. Ja auerp ver as entrevistas sobte os 70 anos da tv ..e lima duarte e memória viva da tv eatava na inauguração com hebe camargo



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    1. Estou acompanhando todas! No Globoplay, porque durmo cedo, rs!

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  5. A simplicidade fez o talk show que já era bom crescer.

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