Em 1999,
a Record começava a chamar a atenção no Ibope com uma
programação popular. Tendo José Paulo Vallone como diretor de programação, a
emissora investiu numa grade calcada em novelas, programas de auditório e
humorísticos, que começaram a render bons resultados. São desta leva atrações
como Amigos e Sucessos, Fabio Jr – Sem
Limites pra Sonhar, Quarta Total, Escolinha do Barulho e a novela Louca Paixão. E, neste tempo bastante
produtivo, surgiu a ideia de um programa que explorasse os bastidores da TV:
nascia o Zapping.
Antes de ser titulo de programa da Record News, Zapping dava nome a uma atração semanal
apresentada por Virgínia Nowick. O programa era exibido aos sábados, na faixa das
21 horas, e trazia Virgínia Nowick sem cenário fixo, passeando por locais, sets
de gravação e casa de famosos, trazendo reportagens variadas. A apresentadora
mostrava os bastidores dos programas da Record, imagens do rico arquivo da
emissora, dicas culturais e matérias sobre o canal. O ator Matheus Carrieri,
que vivia Pedrão em Louca Paixão,
participava do Zapping como repórter.
Zapping não era apenas um programa sobre a
Record. A atração também tinha ares de Vitrine,
da TV Cultura, com reportagens sobre artes e espetáculos. Além disso, tinha
elementos de Estrelas, da Globo, já
que cada edição do programa era costurado por uma grande entrevista, com um
famoso mostrando sua casa ou num passeio com Virgínia, enquanto contava
curiosidades sobre sua vida e carreira. Havia também o Ops, um quadro que mostrava os erros de gravação da Record.
Ou seja, Zapping
era uma espécie de Vídeo Show da
Record. E era bem interessante. Naquela época, a Record vivia uma fase bastante
produtiva, e o Zapping era uma boa
fonte de informações sobre a emissora. E o programa surfou na boa recepção da
programação do canal naquele tempo, numa fase em que toda a linha de shows da
Record apresentava bons resultados de audiência para os padrões do canal na
época. Assim, Zapping também teve uma
boa recepção, e mesmo exibido num horário difícil, a noite de sábado, conseguiu
resultados expressivos de audiência. Chegou a ser um dos programas mais vistos
da emissora na época.
Mas, como se sabe, a Record sempre dá um jeito de estragar
um sucesso. Aos poucos, a emissora foi jogando o Zapping para cada vez mais tarde, fazendo o programa perder espaço
e relevância. Mas a coisa degringolou de vez quando o canal mudou o dia de
exibição, encaixando o Zapping tarde
da noite de sexta-feira. Ali, o programa sumiu de vez, agonizando até sair do
ar. Zapping foi exibido de 17 de abril de 1999, até 18 de novembro de 2000.
Antes de migrar para a Record News e assumir novo formato, Zapping teve uma tentativa de retorno na
própria Record. Foi em 2003, numa edição diária e vespertina apresentada por
Renata Fan. Com um formato bem mais simples (Renata apenas chamava cenas de
outras produções da Record), teve vida curtíssima e passou despercebido (se
durou uma semana foi muito). Mais tarde, em 2007, é que o título foi retomado
na Record News, adotando o formato de revista de celebridades.
Virgínia Novick
Virgínia era uma profissional de TV bastante famosa na
década de 1990. Atuou como apresentadora e atriz em diversas atrações. Começou
no SBT, vivendo Vivian na série Alô
Doçura (1990), na qual dividia a cena com César Filho. No ano seguinte,
apresentou o programa Musidisc (1991),
no mesmo canal. Chegou à Globo em 1994, como repórter do Vídeo Show. Na “Vênus platinada”, foi vista também como atriz, em Decadência (1995), como repórter do Você Decide (1995), e novamente atriz em
Vira-Lata (1996). Em 1998, passou
pela Manchete, onde dividia o comando do Domingo
Total com Sergio Mallandro e Otávio Mesquita. Em seguida chegou à Record,
onde participou da primeira versão da série A
História de Ester (1998) e apresentou o Fala
Brasil (1998). Na época, o matinal tinha formato de revista eletrônica, e
Virgínia o dividia com outros quatro comandantes. Dali é que foi credenciada
para assumir o Zapping.
Com o fim da atração, Virgínia foi vista depois como atriz,
na novela Roda da Vida (2001) e
participando de um episódio de Linha
Direta Justiça (2004), na Globo. Aí, ficou anos afastada da TV, até
retornar em Chiquititas, no SBT, em
2013. No folhetim, viveu a perua Eduarda. Ah, vale lembrar que em seu auge na
telinha, Virgínia foi garota-propaganda das Lojas Marisa, tornando-se o rosto
da loja. Tanto que muitos a chamam de Marisa até hoje, tamanho o sucesso das
campanhas estreladas por ela
André Santana
9 Comentários
Esse programa era muuuuuito legal, eu via sempre! Até achei que tinha durado mais, não ficou nem dois anos no ar... Pena que nenhum canal se interessa mais em formatos como este.
ResponderExcluirEu também gostava bastante, Adrian! Via todo sábado!
ExcluirEu amava o Zapping, também era telespectador assíduo do programa. Virgínia é uma ótima apresentadora, é simpática e tem carisma, seria muito bom vê-la a frente de um programa de variedades de novo (alô, GNT!).
ResponderExcluirLembro-me bem desta época da Record. Acho que foi a melhor época da emissora, inclusive. A linha de shows era muito boa, o Quarta Total era meu programa favorito da TV (fica a dica para um post do Memória hein, André), os musicais tinham força e o jornalismo era de qualidade. Se a direção da Record se inspirasse nessa era, quem sabe não colheria melhores resultados hoje.
Obs: André, fico chocado com sua memória, cara, uma verdadeira enciclopédia ambulante hahaha.
Mister Ed, a gente teve a mesma vida, acho! Porque eu via e adorava todos estes programas desta fase da Record, kkkk! Quarta Total era obrigatório às quartas-feiras, via sempre com minha saudosa mãe. Era muito bom! E o Zapping, pra quem curte TV, era um prato cheio! Muito bem feito, com ótimas pautas, e Virgínia o comandava muito bem. Saudades... Vamos falar sobre o Quarta Total qualquer dia, merece!
ExcluirRapaz, eu percebo essa sintonia através do seus posts. Gostávamos das mesmas atrações, nossos apresentadores favoritos são os mesmos (exceto o Leifert que eu não gosto kakakaka), só o hábito de ver novelas que eu perdi, mas tudo bem.
ExcluirEae André, eu lembro do Zapping... Mas o que me chamou atenção foi em relação a esse Domingo Total com Mallandro e Mesquita, isso existiu mesmo?
ResponderExcluirkkkkk
Conte-me mais!
Hahaha! Marcelo, às vezes fico em dúvida se o Domingo Total realmente existiu ou foi um delírio coletivo, kkkk! Brincadeira! Existiu sim. Durou pouco porque a Manchete já estava à beira da falência nesta fase. O Domingo Total foi uma tentativa de erguer o domingo da emissora, mas não deu certo. A atração nasceu na onda do 0900 (aquele telesorteio que foi proibido depois), apostando na interatividade com o espectador, que ligava e concorria a prêmios.
ExcluirO Domingo Total era dividido em segmentos. Ele começava com Festa do Mallandro, um segmento meio infantil apresentado pelo Sergio Mallandro. Depois, entrava Encontro Marcado, com a Virgínia, que era um game de casais. Em seguida, entrava o Otávio Mesquita Invade, com o apresentador acordando o pessoal e fazendo aquelas matérias que o consagrou no Domingo Legal. No fim, Virgínia e Otávio comandavam juntos o Chance de Ouro, um game que distribuía prêmios. Não durou muito, rs! Um dia faço um post mais completo!
Nossa Virginia novick é uma grande apresentadora ..pena que as TVs abertas estão em crise talento
ResponderExcluirJá pensou uma boa revista elétronica a tarde com novick ? Seria muito bom
Caio, sempre torci pela volta da Virgínia. Não sei porque nomes tão interessantes são esquecidos pela TV... é uma pena.
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