Em julho de 2002,
a TV Cultura lançou Ilha
Rá-Tim-Bum, o terceiro infantil da grife Rá-Tim-Bum. Depois de encantar as crianças com Rá-Tim-Bum e Castelo
Rá-Tim-Bum, dois programas de forte cunho didático, a emissora tratou de
apostar num projeto mais voltado a crianças mais velhas, deixando de lado o
didatismo e apostando numa mensagem ecológica. O resultado foi o mais
inexpressivo programa da linha, com baixa audiência e pouca repercussão. O que
não quer dizer que o programa não tinha qualidades.
Ilha Rá-Tim-Bum foi um programa que demorou a sair.
Inicialmente, a TV Cultura planejava fazer um spin-off do Castelo, aproveitando personagens e cenários do famoso infantil. A
diferença é que o novo programa teria sua narrativa deslocada para uma fazenda.
Por isso, foi chamado de Fazenda
Rá-Tim-Bum. Em dezembro de 1997,
a Folha de S. Paulo noticiou que Jorge da Cunha Lima,
presidente da Fundação Padre Anchieta, convidou Cao Hamburger, Anna Muylaert e
Flávio de Souza para comandar a equipe que produziria o programa.
Ainda segundo o jornal, a emissora havia firmado um acordo
com o Sesi a produção de 90 episódios do novo programa, orçado em cerca de R$
5,6 milhões. Personagens como Nino e Dr. Victor, do Castelo, seriam mantidos na Fazenda
e conduziriam as histórias. Além deles, surgiram dois personagens: El Niño,
criado para apresentar os fenômenos da natureza às crianças; e um pequeno
cientista, que faria experiências em um laboratório de engenharia
genética."Nós queremos ensinar as crianças a viver bem no planeta Terra,
respeitando a natureza", disse Jorge da Cunha Lima, na época.
Mas, conforme foi passando o tempo, o projeto foi mudando.
Manteve-se o mote ecológico, mas novos personagens foram criados e a ação foi
transposta para uma ilha, e não mais uma fazenda. Anna Muylaert tocou o novo
projeto, mas reviravoltas de produção fizeram a ideia estacionar. De repente, Ilha Rá-Tim-Bum se tornou uma espécie de
“lenda urbana”, que ninguém mais sabia exatamante em que pé estava.
O projeto voltou a ganhar a imprensa cerca de três anos
depois, em 2000, quando Flavio de Souza assumiu os roteiros. A produção seria
mais modesta, e a ideia era uma temporada inicial de 26 episódios. Em junho de 2000, a Folha publicou uma
nova matéria sobre a atração. O jornal revelou que, caso o Ilha obtivesse o sucesso esperado, seriam escritos e produzidos
episódios para mais três temporadas. O jornal disse ainda: “Souza assumiu o
texto em substituição a Anna Muylaert, que já havia escrito 20 episódios.
'Preferi começar do zero e imprimir meu estilo. Coloquei muito humor, não sei
trabalhar de outro jeito', diz”.
Foi assim que Ilha
Rá-Tim-Bum foi ganhando o formato com o qual foi produzido. Uma parceria
entre a Cultura e a Fundação Bradesco injetou mais dinheiro no projeto, e a
temporada foi ampliada de 26 para 54 episódios. Com isso, a ideia finalmente
deslanchou. Mas ainda sofreu com atrasos. Prevista para 2001, Ilha Rá-Tim-Bum estreou apenas em julho
de 2002.
Semana que vem, o TELE-VISÃO relembra a trama, os
personagens e a repercussão de Ilha
Rá-Tim-Bum. Até lá!
André Santana
7 Comentários
Lembro-me vagamente do Ilha, confesso que não fui fisgado como em outras atrações da franquia. Impressão minha ou na foto está o Paulo Nigro, que fez sucesso na primeira versão de Chiquititas e, posteriormente, Malhação e novelas na Record?
ResponderExcluirSiiim, Mister Ed, é o Paulo Nigro! Ele era o Gigante, o "líder" do grupo dos jovens perdidos na ilha.
ExcluirPor coincidência nessa época eu estudava na Fundação Bradesco, grande escola !
ResponderExcluirNão curti muito esse programa pelo menos não me prendeu ..sei que é de muita qualidade..gostei mais do Castelo e do original em 91
Aqui é o Caio!
Oi Caio! Eu também sou da geração Rá-Tim-Bum e Castelo. Na verdade, eu já tinha 18 anos quando Ilha estreou. Mas eu semore gostei de programa infantil, mesmo depois de velho, ahahah!
ExcluirJá quero o especial dos 20 anos da Ilha
ResponderExcluirTeatro Ra-Tim-Bum foi muito mais fracassado que a Ilha, a Ilha não foi um fracasso! Eu era o público alvo do programa, tinha 7 anos na época e era um fênomeno na minha classe. Tanto é que teve um filme nos cinemas. É claro que não fez tanto sucesso quando o Rá Tim Bum e o Castelo, pois a época era outra, mas ainda sim, foi um clássico da Cultura, talvez o último junto com o novo Cocoricó.
ResponderExcluir1º de julho de 2022: aniversário de 20 anos da Ilha! Vai ter muita homenagem minha a essa obra-prima!!!
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