Foto: reprodução/TV Globo |
Games estão em alta na Globo. Eles fazem o sucesso do Caldeirão, onde Marcos Mion comanda o Tem ou Não Tem e o Sobe o Som. Também estão nos programas de Luciano Huck, que há anos se reveza entre o Quem Quer Ser um Milionário? e The Wall, tanto no extinto Caldeirão do Huck quanto no atual Domingão com Huck. E como não se lembrar do clássico e saudoso Vídeo Game, de Angélica, que fazia a alegria da molecada nas tardes da emissora na década de 2000?
Todos estes citados, e mais tantos outros, fizeram e ainda fazem muito sucesso. E o que eles têm em comum? O fato de terem regras muito simples. Tem ou Não Tem, Quem Quer ser um Milionário? e The Wall nada mais são que variações do bom e velho quizz show, enquanto Sobe o Som é um game musical, e o Vídeo Game mesclava provas de conhecimento e sorte. Tudo simples, de fácil assimilação, e que empolga quem assiste.
Esta simplicidade é a razão de a audiência se envolver com o jogo. Quando o espectador compreende o que se passa, ele se sente parte da disputa. Gera identificação imediata. “Esta eu acertaria!”, “esse cara é burro?”, ou “Vai, vai, corre!”, são algumas das reações que um bom game show pode gerar na plateia que acompanha a tudo no sofá. É como o esporte: pega pela emoção. Game show deve gerar torcida, engajamento e diversão.
Esta longa introdução ilustra bem o que falta no Zig Zag Arena, nova aposta da Globo nas tardes de domingo. O novo programa de Fernanda Gentil não alcança este grau de emoção porque não consegue fazer o público se aproximar do game. Esta distância é provocada pelo excesso de pirotecnia da atração, que é grande em todos os sentidos: no cenário, nas provas e nas regras. Tanta informação, seja pelo excesso de luzes, cores ou regras, cria uma barreira natural entre a competição e o espectador. É impossível se envolver.
Zig Zag Arena tem a boa premissa de resgatar clássicas brincadeiras infantis, como pega-pega, esconde-esconde ou queimada. Mas o faz dentro de um espaço tão cheio de luzes, com regras tão cheias de meandros, que entender o que se passa é complicado. Em cena, se vê duas equipes correndo sem parar e somando pontos, mas não dá pra entender muito bem quem pegou quem, ou como se pontua dentro da competição.
Se a ideia era concorrer com os games do Domingo Legal, do SBT, poderiam aprender a grande lição do Passa ou Repassa ou Comprar É Bom, Levar É Melhor: são competições simples, até prosaicas, e de fácil assimilação. Com isso, quem assiste se envolve, brinca junto, participa e torce. Esta é a sacada do game show. É pura diversão.
Provavelmente, Zig Zag Arena é bem divertido para quem joga. Estar naquele ambiente que mais parece um parque de diversões pode ser mesmo um sonho. Mas isso não passa para quem está do outro lado da tela. Ao espectador, só sobra tentar entender a correria e as regras.
Não é a primeira vez que a Globo peca pelo excesso. Lembra do Adnight? Pra fugir das comparações com os talk shows tradicionais, a emissora criou um formato cheio de movimentos, quadros e trocas de cenário, o que resultou num programa sem vida. O mesmo aconteceu com o Divertics, humorístico que tinha uma megaestrutura cenográfica, mas que não fazia o básico: levar o espectador ao riso.
É uma pena. Zig Zag Arena é uma ideia legal, tem uma boa apresentadora à frente, bons colaboradores (Everaldo Marques é um acerto!) e inegável boa intenção. Mas ficou devendo no principal: levar o público para brincar junto. Até aqui, não rolou.
André Santana
16/10/2021
1 Comentários
Olá, tudo bem? Já comentei sobre esse programa no meu blog e não curti....Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
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