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Bom humor compensou falta de ação em "Quanto Mais Vida, Melhor!"

Vladimir Brichta, Giovanna Antonelli, Mateus Solano e Valentina Herszage em Quanto Mais Vida, Melhor!
Neném, Paula, Guilherme e Flávia em Quanto Mais Vida, Melhor! (divulgação)

Novela que marcou a estreia do autor Mauro Wilson como titular, Quanto Mais Vida, Melhor! obteve recepção morna do público. A audiência e a crítica especializada reclamaram do fato de a novela, na maior parte do tempo, ter girado em círculos, com situações que se repetiam demasiadamente. 

Na verdade, o trunfo da novela foi seu plot original. Refletir sobre a efemeridade da vida já não é uma novidade na faixa das sete, pois Bom Sucesso fez isso há poucos anos. Mas Wilson trouxe alguma novidade ao trazer a temática em tom de fantasia, colocando a Morte (A Maia) como uma das personagens do folhetim, interagindo com os quatro protagonistas.

Guilherme (Mateus Solano), Flávia (Valentina Herszage), Neném (Vladimir Brichta) e Paula (Giovanna Antonelli) se encontraram num inusitado acidente de avião e se encontram com a Morte. Ela os avisa que eles terão uma nova chance para ajeitarem suas vidas, que não estão no melhor momento. Mas que, dentro de um ano, um deles morrerá definitivamente. 

Mesmo que o final tenha sido uma “enganação” (afinal, a novela leva o público a tentar adivinhar quem morre e, no desfecho, ninguém morreu), este plot inusitado rendeu várias situações cômicas. O auge foi a troca de corpos, que deu à novela uma identidade forte e rendeu momentos verdadeiramente divertidos. Os quatro atores principais fizeram um incrível trabalho de composição ao assumirem os personagens um do outro. Funcionou!

Trama parada

Mas Quanto Mais Vida, Melhor! teve, sim, seus problemas. Em muitos momentos, a trama não andava. A maior representação disso foi o romance entre Rose (Bárbara Colen) e Neném, que até começou bem, mas logo cansou. 

O excesso de flashbacks, encontros e desencontros deixou a trama muito aborrecida. Rose foi se revelando uma personagem um tanto instável, com suas recaídas de ciúme e o fato de não ter um rumo bem definido. Tanto que ela trocou de emprego umas trocentas vezes ao longo da obra, até virar jornalista do nada.

Porém, a novela das sete compensou esta falta de evolução com seu bom humor caracteristico. O texto de Mauro Wilson se revelou uma crônica de costumes leve, cheia de referências e capaz de oferecer momentos divertidos. Assim, muitas sequências da obra eram esquetes de humor que cumpriam bem a missão de entreter a audiência.

Participação especial

Isso fica muito evidente se analisarmos Lurdes, a personagem de Nany People. Ela não tinha uma trama para chamar de sua. No entanto, se colocou presente na trama de praticamente todos os personagens da novela das sete da Globo. Seja protagonista ou coadjuvante, todos já deram um pulo no motel Ariba Karakas e se encontraram com a figura.

Lurdes era a recepcionista do motel mais badalado da trama de Mauro Wilson. Indiscreta e um tanto debochada, ela recebia a todos com a intimidade de quem conhece a sua clientela. Com isso, participou ativamente da novela das sete, em cenas verdadeiramente divertidas. Além disso, Nany ainda emplacou uma espécie de segunda personagem na obra. A picareta Lurdes, vira e mexe, se disfarçava de Madame Lu e lia o futuro dos personagens da novela nas cartas. 

Formato

Ou seja, Quanto Mais Vida, Melhor! foi muito eficiente com seu plot original e suas cenas de humor. Mas andou em círculos em vários momentos. Assim, pode-se concluir que, talvez, esta ideia tivesse funcionado melhor num outro formato que não uma novela.

Novela requer capítulos e mais capítulos para manter a trama de pé. Mas o plot de Quanto Mais Vida, Melhor! se mostrou sem fôlego para tamanha extensão. Assim, talvez a trama tivesse funcionado melhor como uma série ou algo assim.

Porém, apesar das falhas, Quanto Mais Vida, Melhor! se mostrou uma novela simpática, que teve seus bons momentos.

André Santana

28/05/2022

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2 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Insossa. Assim defino a novela Quanto Mais Vida, Melhor!. E o autor "amarelou" no desfecho. Comentarei sobre isso no meu blog hj. Pretendo pq estou novamente com problemas no meu computador. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  2. Me lembrou "O tempo não para". Tinha uma ideia inicial ótima, mas se perdeu numa história ruim. Uma pena.

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