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Bom humor e personagens coadjuvantes "salvaram" "Mar do Sertão"

Xaviera (Giovana Cordeiro), de Mar do Sertão
Xaviera (Giovana Cordeiro), de Mar do Sertão (divulgação / Globo)

Mar do Sertão foi uma novela difícil de compreender. Não porque ela tinha uma trama hermética, muito pelo contrário. Mas porque ela despertava diferentes sensações no público. Foi uma novela divertida e gostosa de se acompanhar, que ofereceu um bom entretenimento em seus meses no ar. Mas, ao mesmo tempo, ela causava uma estranha sensação de que nada, de fato, acontecia. Curioso, não?

Mas é fácil entender os motivos deste “fenômeno”. É que o autor Mário Teixeira foi muito feliz na criação dos tipos que povoaram Canta Pedra. Mar do Sertão tinha uma gama de personagens divertidos e adoráveis, que tinham a capacidade de divertir o público mesmo quando nada de muito significativo estava acontecendo na trama.

Xaviera (Giovana Cordeiro), por exemplo, roubou a cena por ser uma personagem de múltiplas camadas. Ela era meio mau-caráter e volúvel, mas, ao longo da novela, demonstrou ter um bom coração. A jovem era também divertida, que rendia situações hilárias. Por isso, seu arco de redenção foi bonito e sua história prendeu a atenção do início ao fim.

Mas ela não foi a única. Mar do Sertão apresentou ótimas sequências de humor envolvendo Sabá Bodó (Welder Rodrigues) e sua família. O “eterno prefeito” deitou e rolou com suas armações em sua eterna busca pelo poder. Outro tipo adorável foi Timbó (Enrique Diaz), com seu jeito malandrão, ingênuo e muito divertido. Cira (Suzy Lopes) e suas lives também renderam ótimos momentos.

Foram estes personagens que sustentaram Mar do Sertão nos meses que a trama esteve no ar. Afinal, a história principal foi esgotada em algumas semanas. O triângulo amoroso envolvendo Candoca (Isadora Cruz), José Mendes (Sergio Guizé) e Tertulinho (Renato Góes) andou em círculos a novela inteira.

No início da novela, toda a trama envolvendo o sumiço e a morte falsa de Zé Paulino foi extremamentte apressada. Mal o mocinho foi “enterrado”, os anos se passaram e ele já estava de volta em busca de “vingança”. Uma vingança, aliás, que nunca aconteceu de fato. Enquanto isso, Tertulinho oscilava: num momento, queria matar José. Depois, se mostrava arrependido. Depois, queria matá-lo de novo. E foi assim até o fim…

Neste contexto, Candoca e José voltaram às boas rápido demais e passaram a “flutuar” em meio às demais histórias de Mar do Sertão, sem ter uma trama própria forte para sustentá-los. Aliás, um problema recorrente na obra de Mário Teixeira: foi assim com Mari (Bruna Marquezine) e Ben (Mauricio Destri) em I Love Paraisópolis (2015), e com Marocas (Juliana Paiva) e Samuca (Nicolas Prattes) em O Tempo Não Para (2018).

Deodora (Débora Bloch), a grande vilã da trama, também não rendeu o esperado. Ela ficou apagada demais no início da trama. Depois, ao ganhar mais espaço e assumir as vilanias, seu propósito nunca ficou muito claro. Deodora parecia má apenas por ser e foi difícil embarcar em suas maluquices.

Mas, apesar destas falhas, Mar do Sertão se segurou bem nos coadjuvantes e nas tramas de humor, que mantiveram a novela de pé até aqui. Sendo assim, a novela conseguiu se firmar como um entretenimento leve e divertido no início das noites da Globo. Ou seja, cumpriu sua missão. Valeu!

André Santana

18/03/2023

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3 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Confesso que não fiquei envolvido com a novela. Welder Rodrigues sempre me remetia ao Tá no Ar.... Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  2. Giovana Cordero pra mim foi a revelação da novela.Encantadora fez uma Xaviera que mudou da água pro vinho e ofuscou a Isadora Cruz que fez uma Candoca correta.

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  3. Mar do Sertão eu assistia mais em relances, mas o último capítulo foi legalzinho.

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