Elenco do BBB23 (reprodução/Globo) |
A fórmula Camarote x Pipoca, somada às imposições da fase crítica da pandemia da Covid-19, deu novo fôlego ao BBB. A vigésima edição do reality show da Globo ganhou uma importante sobrevida, o que lhe deu um novo fôlego e apagou a má impressão do BBB19, que havia colocado o futuro da atração em xeque. No ano seguinte, o BBB21 também foi exitoso ao surfar na mesma fórmula.
Porém, o BBB22 e o recém-encerrado BBB23 não conseguiram sustentar a boa fase. Tanto que a mais recente edição já é dona do triste título de temporada menos vista da história do programa. E são várias razões para isso. A seleção do elenco, claro, sempre pesa: aparentemente promissor, o grupo da última temporada não conseguiu sustentar o game até o fim.
Mas outros fatores também colaboraram para a derrocada. Um deles é a própria fórmula Camarote x Pipoca, que rendeu bastante no BBB20 e BBB21, mas já caiu na previsibilidade. O fator novidade se perdeu e o interesse do público caiu. Além disso, há o próprio desgaste do formato, que foi “redescoberto” na pandemia, mas, agora, num novo contexto, já voltou ao patamar pré-Covid.
É preciso reconhecer o esforço da produção do BBB, que conseguiu mexer com o jogo ao criar dinâmicas diferentes todas as semanas. Isso ajuda a dar um mínimo de imprevisibilidade ao game e tirar os participantes de suas zonas de conforto.
Ainda assim, há um grande “vilão” na temporada que ajudou a prejudicá-la: sua longa duração. Inicialmente, o BBB era exibido pela Globo entre janeiro e março. As primeiras temporadas dificilmente ultrapassavam os três meses no ar. Mas, aos poucos, a emissora foi “espichando” a duração do BBB até esgarçá-lo de vez.
Empolgada sobretudo com o excelente retorno comercial, a Globo vem tratando de espremer até a última gota do BBB. Se uns dias a mais representam mais um tempo para a exposição de marcas e engordar o cofrinho, que assim seja! Mas, para o jogo, nada mais prejudicial que essa duração desmedida.
Não tem jeito: com 100 dias de competição, os jogadores naturalmente se cansam. Na reta final, o BBB se arrasta, e não é de hoje. Com competidores desanimados, perde-se a emoção da disputa. O desinteresse, assim, respinga no público, que começa a dispersar.
Este ano, isso ficou bem claro. O público “médio” se cansou e o BBB, na reta final, foi sustentado pelas torcidas apaixonadas. Porém, a temporada de 2023 nem ao menos conquistou grandes torcidas apaixonadas. Com isso, a reta final foi, repetindo a máxima de Renata Vasconcellos, “chocha, capenga, manca, anêmica, frágil e inconsistente”.
Para os próximos anos, a emissora devia considerar reduzir a duração do BBB. De janeiro a março, como era em seus primeiros anos, já está de ótimo tamanho. Quem aguenta acompanhar o confinamento por intermináveis 100 dias?
André Santana
29/04/2023
3 Comentários
Olá, tudo bem? O maior problema é que os brothers e sister já pensam no pós-BBB. O objetivo é tornar-se influenciador digital. O prêmio final perdeu a importância. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirJá o BBB 21 de 2021 (auge da pandemia) talvez tenha sido o mais longo de toda a história do BBB, começou no final de Janeiro e foi até a primeira Terça-Feira de Maio de 2021 (04/05/2021)! Puxa!
ResponderExcluirA meu ver, outro fator que pesa para a decaída do BBB, é o apresentador. Apesar de Tadeu ser um ótimo comunicador, ele não combina com o formato, é bonzinho demais e não dialoga com o público das redes sociais. Falta malícia. Tiago Leifert, que muitos acusavam de interceder demais no jogo, ainda assim injetou um novo gás em 2017, imprimiu sua marca e faz falta. A Globo deveria pensar seriamente um novo nome para o ano que vem.
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