Fernando Fernandes comanda No Limite - Amazônia (Mauricio Fidalgo/TV Globo) |
Causou a melhor das impressões os dois primeiros episódios do No Limite, que voltou à programação da Globo na última semana. Com uma temporada na Amazônia, o reality show de sobrevivência e aventura demonstrou fôlego com paisagens impressionantes, boas provas, uma edição frenética e participantes interessantes.
No Limite - Amazônia começou bem diferente das temporadas anteriores. E não se trata da troca da praia pela selva. A diferença está na ambientação, sim, mas não só isso. O programa parece renovado com um tom documental interessante, takes originais que dão a sensação de imersão, novos grafismos e provas mais bem elaboradas.
Para quem viu o ótimo The Bridge Brasil - A Ponte, reality show da HBO Max, o novo No Limite não surpreende. O programa da Globo está idêntico ao programa da concorrente, que foi lançado no ano passado. Os depoimentos, a edição ágil, os novos grafismos e até os episódios com títulos remetem ao interessante programa veiculado no streaming da Warner e apresentado por Murilo Rosa.
A semelhança está longe de ser coincidência. O novo No Limite tem direção-geral de Rodrigo Giannetto, o mesmo profissional responsável por A Ponte. Giannetto, como se vê, tem uma assinatura forte, já que trouxe os mesmos elementos que deram certo em A Ponte para o No Limite. Isso deu ao programa da Globo uma cara totalmente nova.
Esse “choque” acabou deixando exposto o grande problema das versões anteriores de No Limite, bem como o de todos os atuais realities da Globo: Boninho e sua equipe. O “big boss” ficou de fora da edição deste ano do reality comandado por Fernando Fernandes, já que, desta vez, a atração é produzida totalmente pela Endemol, que contratou uma equipe própria para tocar os trabalhos. Além de Giannetto, o No Limite conta também com a direção de Vivian Alano e Padu Estevão.
Sem desmerecer o trabalho de Boninho, que colocou de pé o núcleo de realities da Globo e foi o grande responsável por fazer o Big Brother decolar no Brasil. No entanto, é evidente que, depois de tantos anos à frente destas atrações, o marido de Ana Furtado acabou adquirindo vícios e demonstrando pouca habilidade de renovação.
Apesar dos esforços, as temporadas mais recentes do BBB mostram que a direção do programa não sabe mais para onde correr para retomar o êxito de outrora. O The Voice Brasil é outra atração do diretor que não consegue se renovar. Outros formatos criados pelo diretor também se revelaram desastrosos, como Mestre do Sabor e o sofrível Zig Zag Arena.
O No Limite também penou nas mãos do diretor, que transformou o intenso Survivor numa gincana praiana. Boninho, aliás, foi duramente criticado por oferecer regalias aos participantes na temporada de 2021. Também pegou mal a decisão do profissional de querer enfiar votação popular em tudo, fazendo o público definir quem é o vencedor do No Limite. Uma injustiça descabida!
Já a nova direção do No Limite deu outro tom ao programa. A votação popular foi abolida e novas experiências, como a herança do eliminado, dão novos contornos à dinâmica. Por isso, a atual temporada do reality serve como uma boa experiência à Globo. A emissora está tendo a chance de perceber como uma troca de direção pode ser benéfica para revitalizar um formato.
Pode ser que o No Limite não decole e seja limado de vez da grade da Globo no ano que vem. Mas, se isso acontecer, ao menos ele sairá de cena servindo como um experimento para a emissora. A lição que fica é que sangue novo é bom e necessário.
André Santana
22/07/2023
2 Comentários
Olá, tudo bem? Concordo. Fica evidente que a direção de Boninho é o maior problema. Não dá para retrucar isso diante do que estamos assistindo. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirEstou gostando desse No Limite Amazônia com a participação de algumas sub-celebridades, não chega aos pés do primeiro No Limite levado ao ar há 23 anos atrás no segundo semestre de 2000 quando alcançou impressionantes 56 pontos de audiência mas é bom.
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