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"Fuzuê" diverte ao reciclar fórmula consagrada de novela das sete

Giovana Cordeiro e Nicolas Prattes em Fuzuê
Giovana Cordeiro e Nicolas Prattes em Fuzuê (divulgação/Globo)

Nomes como Silvio de Abreu e Cassiano Gabus Mendes foram os inventores da novela cômica na faixa das sete da Globo. Pioneiros ao consagrar o humor no primeiro plano nos folhetins do horário, os novelistas emplacaram clássicos no segmento, como Guerra dos Sexos (1983) e Ti Ti Ti (1985), entre tantas outras. A fórmula foi seguida nas décadas seguintes por nomes como Antonio Calmon, Carlos Lombardi e Miguel Falabella.

Mas, nos últimos anos, o humor rasgado, nonsense e exagerado deixou de ser uma constante na faixa das sete. Os novos autores a ocupar a faixa optaram pelo humor mais sutil, de crônica, ou apenas as boas e velhas comédias românticas. Vai na Fé, por exemplo, era muito divertida, mas o texto de Rosane Svartman passava longe da histeria de um Lombardi ou um Falabella.

Sob este ponto de vista, a estreia de Gustavo Reiz na Globo acontece em uma boa hora. Sua Fuzuê reúne os melhores elementos de todos os autores citados, resgatando a novela das sete que não tem vergonha de cair no ridículo. Na verdade, o faz com bastante dignidade.

A nova novela das sete se passa numa loja de departamentos, assim como Guerra dos Sexos. É a Fuzuê entrelaça as tramas da novela, já que a loja pertence aos Braga e Silva, mas desperta o interesse da mocinha Luna (Giovana Cordeiro) e da vilã Preciosa (Marina Ruy Barbosa). A primeira busca a mãe, desaparecida há um ano, e que foi vista pela última vez na Fuzuê; já a segunda busca um tesouro que estaria escondido no subterrâneo da empresa.

Além disso, Preciosa acaba de descobrir que tem uma irmã, fruto de um caso extraconjugal do pai, e que é nada menos que Luna. Não é preciso ser um noveleiro veterano para entender que a rivalidade entre essas novas irmãs vai dar o tom da história, e que pode, inclusive, gerar uma disputa romântica. Miguel (Nicolas Prattes), o galã meio atrapalhado, deve despertar paixões nas duas jovens. Ou, no caso de Preciosa, uma relação por interesse.

Tudo é muito colorido e over em Fuzuê, que resgata certo ar latino que deu o tom em obras como Salsa e Merengue (1996) ou Kubanacan (2003). A novela também traz diálogos ágeis e espertos, num estilo semelhante ao consagrado por Carlos Lombardi. Por fim, o fio condutor da novela, que trata de um tesouro escondido, lembra inúmeras outras histórias, como Jogo da Vida (1981), O Mapa da Mina (1994) e Negócio da China (2008).

Ou seja, Fuzuê é uma novela das sete que tem a cara do horário. Uma fórmula que parecia perdida, já que os grandes autores que a consolidaram acabaram se afastando do ofício. Gustavo Reiz demonstrou ser um discípulo destes novelistas e parece disposto a revitalizar o horário trazendo de volta tudo o que um dia já funcionou ali. 

Ao menos essa primeira semana, a impressão foi das melhores. Descompromissada, Fuzuê fez o público dar boas risadas. A boa audiência dos primeiros capítulos mostra que o público embarcou na proposta.

André Santana

19/08/2023

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2 Comentários

  1. Olá, tudo bem? O Mapa da Mina é de 1993. Novela chata. Uma das piores que já assisti. Não fiquei envolvido com Fuzuê. Em breve, comentarei no meu blog. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  2. Fuzuê acabou de estrear, ainda não tenho opinião formada sobre a novela.

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