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Aguinaldo Silva tentou emplacar minissérie policial, mas projeto acabou cancelado

Aguinaldo Silva
O autor Aguinaldo Silva (divulgação)

Após colocar um ponto final em Porto dos Milagres (2001), que escreveu com Ricardo Linhares, Aguinaldo Silva viveu uma espécie de crise criativa. Sua livre adaptação de Mar Morto, de Jorge Amado, ficou muito parecida com suas tramas anteriores, como A Indomada (1997) e Fera Ferida (1994), e o autor buscou uma reinvenção.

A redenção viria com Senhora do Destino, grande êxito de 2004. No entanto, um ano antes, Silva ensaiou um retorno ao gênero que o consagrou em sua estreia na TV: a narrativa policial. A toque de caixa, o autor desenvolveu uma minissérie com a temática, mas o roteiro jamais saiu do papel.

Volta ao passado

Antes de se tornar um bem-sucedido autor de novelas, Aguinaldo Silva foi repórter policial. Sua experiência em narrar crimes nos jornais lhe rendeu um convite para integrar o time de roteiristas de Plantão de Polícia, série estrelada por Hugo Carvana e exibida pela Globo entre 1979 e 1981.

Pouco tempo depois, Silva assinou a primeira minissérie produzida pela Globo, Lampião e Maria Bonita, de 1982. Ele ainda escreveria outras minisséries clássicas, como Bandidos da Falange (1983), Padre Cícero (1984), Tenda dos Milagres (1985) e Riacho Doce (1990), entre outras.

Assim, em 2003, ele foi surpreendido por uma encomenda da Globo que o levaria de volta às suas origens. A emissora solicitou ao autor uma nova minissérie policial, que seria exibida no segundo semestre daquele ano.

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Nova grade

Aguinaldo Silva foi pego de surpresa com a encomenda e precisou correr contra o tempo para atender ao chamado da Globo. Para viabilizar a nova produção, ele se uniu a dois colaboradores e escreveu, em tempo recorde, uma nova minissérie.

"Parti do zero, não tinha nem ideia do roteiro. Mas, como fui repórter policial por muitos anos, busquei inspiração nas muitas histórias que ouvi naquela época", explicou o autor ao jornal Folha de S. Paulo, em 2 de fevereiro de 2003.

A minissérie se chamava Aquele que Deve Morrer e sua trama era baseada em um crime misterioso. A produção tinha 16 capítulos e estreia prevista para julho de 2003. Dois atores já estavam cotados para o elenco: Lima Duarte e Viviane Pasmanter. 

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Cancelada

No entanto, sem maiores explicações, Aquele que Deve Morrer acabou engavetada pela Globo. A emissora já planejava um rodízio de atrações em sua linha de shows ao longo do ano e, em meio ao planejamento, a trama de Aguinaldo Silva foi abortada.

Em 2003, a emissora testou alguns novos programas, sobretudo às terças-feiras na faixa após o Casseta & Planeta, Urgente!. No horário, foi exibido a primeira temporada do revival de Carga Pesada, com quatro episódios. No fim do ano, foi ao ar o Cena Aberta, projeto ousado de Regina Casé.

Mas, ao que parece, a Globo estava mesmo disposta a apostar na temática policial. Aquele que Deve Morrer não vingou, mas a emissora lançou um reality show de suspense na faixa. Chamado de O Jogo, a atração foi ao ar entre maio e junho de 2003.

Apresentado por Zeca Camargo, o programa reunia participantes que precisavam desvendar um crime fictício: o assassinato do empresário Wagner Klein na fictícia Vila de Santo Antônio. Os concorrentes, então, interagiam com os suspeitos e buscavam pistas. Quem desvendasse o crime ganhava um prêmio em dinheiro. Apesar da alta aposta, a produção foi um grande fiasco.

André Santana

29/01/2024

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