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| Christina Rocha e Marcão do Povo no Tá na Hora (divulgação) |
Em coletiva de imprensa para lançar a nova programação, a diretora do Tá na Hora afirmou que o programa não seria uma cópia dos concorrentes Cidade Alerta, da Record, e Brasil Urgente, da Band. De acordo com a profissional, são os concorrentes que copiam o SBT, já que todos os programas bebem da fonte do Aqui Agora.
Ela tem razão. Foi o sucesso do Aqui Agora, exibido pelo SBT entre 1991 e 1997, que consolidou o formato dos jornais policiais de fim de tarde.O programa fez história na televisão brasileira e não seria exagero dizer que promoveu uma espécie de revolução no telejornalismo. O Aqui Agora era informal e conversado quando isso ainda não era moda.
Porém, anos depois, o SBT desistiu do formato, enquanto Record e Band se consolidaram com os programas atualmente comandados por Luiz Bacci e José Luiz Datena. Ou seja, no atual cenário, é o canal de Silvio Santos que tenta entrar nessa concorrência e reconquistar seu lugar ao sol.
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Sem opção
Com Christina Rocha e Marcão do Povo, Tá na Hora lembra o Aqui Agora nas manchetes vibrantes e por conta da presença de profissionais como Magdalena Bonfiglioli e a própria Christina Rocha. Ao mesmo tempo, ele também lembra os concorrentes, sobretudo quando seus apresentadores fazem discursos inflamados após a exibição de alguma matéria polêmica.
Ou seja, o Tá na Hora claramente quer buscar a atenção do público que já se interessa por este tipo de conteúdo. Trata-se de um desafio dos mais espinhosos, afinal, quem tem o hábito de assistir a estes programas já está acostumado com Bacci e Datena. Fazer este espectador mudar de canal não é tarefa fácil.
Além disso, a estreia do Tá na Hora dificulta a vida de quem não está interessado num noticiário popular. O SBT era uma alternativa quando exibia novelas mexicanas neste horário. Agora, virou mais um no meio do tiroteio. Neste novo cenário, quem se deu bem foi a Globo, que absorveu parte do público que prefere assistir novelas na faixa.
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Mudança corajosa
Daniela Beyruti e a direção do SBT não são ingênuos, Os diretores sabiam que abrir mão da novela Minha Fortuna É te Amar na faixa das 18h30 para substituí-la pelo Tá na Hora provocaria uma queda de audiência. Se, mesmo assim, o canal bancou a mudança, significa que audiência não é prioridade na nova estratégia do SBT, ao menos inicialmente.
Está claro que o SBT busca fortalecer a grade com mais tempo de programação ao vivo, na tentativa de elevar a temperatura da grade. Além disso, há uma clara busca por faturamento. Programas como o Tá na Hora dão a possibilidade de fazer merchandising, o que não é possível nas novelas mexicanas.
Porém, é questionável a escolha por mais um jornal policial no final da tarde. Se o SBT sempre se colocou como uma alternativa no horário, poderia ter buscado algo diferente. Por que não se inspirar no antigo Tudo a Ver, da Record, em vez do Cidade Alerta?
Um programa jornalístico que fosse na contramão dos concorrentes teria mais chance de conquistar um novo público. Mas, ao entrar na guerra com as mesmas armas da concorrência, o SBT dificilmente terá a chance de dizer a que veio. Quem não quer ver novela e nem jornal policial no horário simplesmente não tem para onde correr. O SBT perdeu a chance de fazer algo novo.
André Santana
23/03/2024
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