Gustavo Reiz, autor de Fuzuê (divulgação) |
Fuzuê (2023) marcou a estreia do autor Gustavo Reiz na Globo. Antes de chegar à líder de audiência, o novelista passou por SBT e Record, emplacando nesta última novelas como Dona Xepa (2013), Escrava Mãe (2016) e Belaventura (2017).
No entanto, sua estreia na Globo não foi feliz. Fuzuê registrou baixos índices de audiência e saiu de cena como a novela das sete menos vista da história, com média geral de 19,3 pontos no Ibope. A trama chegou a passar por uma “intervenção”, quando o veterano Ricardo Linhares assumiu a supervisão de texto e coordenou mudanças na novela.
Inicialmente uma comédia nonsense e pastelão, Fuzuê acabou se transfigurando. Na reta final, ela embarcou numa trama policial sombria, o que culminou com um desfecho melancólico. Pouco tempo após o término da trama, o contrato de Gustavo Reiz com a Globo chegou ao fim e não foi renovado.
Continua depois da publicidade
Gustavo Reiz foi mandado embora da Globo?
Cabe lembrar que a saída de Gustavo Reiz da Globo não tem a ver, necessariamente, com o fracasso de Fuzuê. A emissora tem optado por acordos por obra certa, abrindo mão de contratos de exclusividade. E essa nova política não atinge apenas os atores, mas também roteiristas.
Tanto que Izabel de Oliveira, autora de Cheias de Charme (2012) e Verão 90 (2019), está acertando seu retorno à emissora. Ela foi dispensada em 2020, pouco depois do fim da novela estrelada por Isabelle Drummond - que registrou índices de audiência satisfatórios, diga-se - e, agora, deve retornar neste novo modelo de contratação.
De acordo com Flavio Ricco, colunista do R7, a autora tem um novo projeto bem encaminhado dentro do canal. Porém, não se sabe ainda se será uma nova série, ou se Izabel de Oliveira voltará às novelas.
Ou seja, Gustavo Reiz pode voltar à Globo caso apresente um novo projeto que seja aprovado pelo canal. Assim, ele seria contratado por obra, trabalhando para a emissora enquanto seu projeto estiver em desenvolvimento.
Continua depois da publicidade
Falta de autores
Estender a nova política de contratação por obra certa para autores parece um erro estratégico da Globo. Afinal, está bem claro que o canal tem penado para definir a fila de suas próximas novelas justamente pela falta de autores de novelas tarimbados.
O horário nobre atualmente conta com João Emanuel Carneiro, Walcyr Carrasco e Gloria Perez como nomes consolidados, além de Bruno Luperi e Manuela Dias tentando se firmar. É pouco para um espaço que já contou com os trabalhos de medalhões como Aguinaldo Silva, Manoel Carlos, Silvio de Abreu e Lauro César Muniz, entre outros.
É certo que o canal conta com nomes que andam dando conta do recado, casos de Mário Teixeira, Rosane Svartman, Duca Rachid, Alessandra Poggi e Thelma Guedes. Mas está clara a necessidade de renovação nestes quadros.
André Santana
28/05/2024
0 Comentários