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Em 1998, interesse da Globo valorizou passe de Márcia Goldschmidt

Márcia Goldschmidt à frente do programa Márcia no SBT
Márcia Goldschmidt à frente do programa Márcia no SBT (divulgação)

O SBT surpreendeu os espectadores ao lançar o programa Márcia, exibido nas noites de terça-feira a partir de 1997. A atração, uma versão nacional de Ricki Lake Show, mexeu com as estruturas da televisão brasileira, abrindo o caminho para uma onda de “telebarracos” que dominou a programação nacional no final dos anos 1990.

Na atração, anônimos iam ao palco de Márcia Goldschmidt contar seus dramas e lavar a roupa suja em público. Não raro, os participantes saíam no tapa em pleno palco, tendo que ser separados pela apresentadora e seu segurança James. 

A aposta de Silvio Santos projetou a então desconhecida Márcia Goldschmidt. A apresentadora foi escolhida pelo produtor americano Albert Lewitinn, responsável por implantar a atração no Brasil, em meio a uma seleção com cerca de 700 pretendentes ao posto. Antes de virar estrela do SBT, Márcia era dona de uma agência de casamentos e tinha como única experiência na telinha uma passagem pela Rede Mulher.

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Interesse da Globo

Márcia estreou em 27 de julho de 1997 e fez um enorme sucesso no SBT. O programa alcançou picos de 21 pontos, chegando à liderança de audiência. O êxito, claro, incomodou a Globo, que tentou tirar a apresentadora do SBT.

Em 22 de novembro de 1997, o Jornal do Brasil informou que Márcia tinha assinado um novo contrato com o SBT com três anos de duração. A renovação teria acontecido depois que a apresentadora se reuniu com José Bonifácio de Oliveira, o Boni, então “todo-poderoso” da Globo. A ideia do diretor era entregar à Márcia um programa feminino nas manhãs da emissora.

"Não é de praxe o SBT renovar contrato com ninguém por tanto tempo assim, com raras exceções. Sinal de que a Márcia deu certo", festejou Sérgio d'Antino, então empresário da apresentadora.

A mesma matéria informava que a direção do SBT - leia-se Silvio Santos - não teria ficado feliz em saber que Márcia participou de uma reunião na Globo. Porém, o canal, que havia acabado de perder nomes como Boris Casoy e Angélica para a concorrência, não queria correr o mesmo risco com seu novo achado, daí a renovação de contrato em melhores termos.

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Depois do sucesso… a geladeira!

Muitos anos depois, Márcia Goldschmidt deu detalhes de sua negociação com a Globo. Numa participação no Que História É Essa, Porchat?, a apresentadora contou que foi levada para a emissora por um amigo, sem saber que se reuniria com Boni, e que chegou a ir parar no hospital ao temer que Silvio Santos descobrisse a conversa. A história é ótima e vale ser conferida no vídeo acima.

Curiosamente, Márcia só se deu mal depois de assinar o contrato com o SBT. Seu programa na emissora chegou ao fim em meados de 1998, quando o canal contratou Ratinho. Como o Márcia e o Programa do Ratinho tinham o mesmo formato de “telebarraco”, a apresentadora levou a pior e encarou uma triste geladeira.

Ela só voltou ao ar no segundo semestre de 1999, quando foi recrutada para participar do rodízio de apresentadores do Programa Livre, na ocasião da saída de Serginho Groisman. Mas, em 2000, Babi Xavier assumiu a atração e Márcia foi escalada para o Fantasia, aos sábados. Porém, o game show ficou poucos meses no ar e ela voltou para a geladeira.

"Foi uma injustiça que o SBT cometeu comigo e que eu não merecia", disse ela à Folha de S. Paulo, em 30 de julho de 2000. "Gravei o piloto de Márcia Proibido para Menores, programa de auto-ajuda. Puxei a TV para o popular. É hora de puxar para a informação. Se não for no SBT, faço em outra. Amo o SBT, mas o coração é volúvel", disparou.

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Renascimento

Depois disso, Márcia não voltou mais ao ar no SBT. Pouco tempo depois, ela solicitou a rescisão de seu contrato com a emissora de Silvio Santos ao aceitar o convite da Gazeta para comandar o Mulheres. Na época, o vespertino era comandado por Claudete Troiano, que migrou para a Record para assumir o Note e Anote.

Em 2001, Márcia deixou a Gazeta rumo à Band, onde assumiu o Hora da Verdade, que era uma espécie de nova versão do programa Márcia. Foi o grande renascimento da apresentadora, que fez uma longa e bem-sucedida carreira na Band. Além do Hora da Verdade, ela comandou o Jogo da Vida e o programa Márcia, permanecendo na emissora até 2010.

André Santana

15/08/2024

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1 Comentários

  1. Se eu fosse o diretor da Record, a Márcia Goldschmidt estaria nas tardes da emissora.

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