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Remakes: Teoria de Silvio de Abreu ignora histórico da Globo

O autor Silvio de Abreu
O autor Silvio de Abreu (divulgação)

Em recente participação no podcast Dois Pontos, do Estadão, o autor Silvio de Abreu expôs um interessante ponto de vista sobre o sucesso ou o fiasco de remakes. O ex-diretor de teledramaturgia da Globo revelou sua teoria de que remakes bem-sucedidos na Globo são os de novelas produzidas originalmente fora da emissora.

"Eu tenho uma teoria que eu não sei se vale ou se não vale. Para mim, as novelas que foram da TV Globo e que foram feitas remake, nenhuma deu certo. As novelas que não eram da TV Globo, mas que foram feitas remake dentro da TV Globo, deram certo”, cravou.

Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia brasileira e latino-americana, também estava presente e concordou com a afirmação de Abreu. "Não é teoria, não. É exatamente isso. Por melhor que tenha sido a TV Tupi, não era tão avassaladora como a TV Globo, que realmente fez uma amálgama com a sociedade, como [jornalista] Helena Silveira [1911-1984] dizia: 'As novelas da TV Globo se tornaram verdadeiros happenings, acontecimentos sociais'", disse.

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Teoria faz sentido?

A teoria de Silvio de Abreu, corroborada por Mauro Alencar, se aplica às experiências mais recentes da Globo. A emissora colheu bons frutos com Pantanal (2022), trama produzida originalmente pela TV Manchete. Já Elas por Elas (2023) e Renascer (2024), ambas novelas originais da Globo, não foram consideradas bem-sucedidas.

O próprio Silvio de Abreu fez uma experiência ruim ao refazer Guerra dos Sexos (2012), trama também da Globo. Irmãos Coragem (1995) e Pecado Capital (1998) também são lembradas como remakes que não deram certo, e ambas são novelas produzidas originalmente pela própria Globo.

Já Mulheres de Areia (1993) e A Viagem (1994), remakes de obras de Ivani Ribeiro escritos pela própria autora na Globo, são consideradas dois grandes clássicos da teledramaturgia brasileira. Ambas foram produzidas originalmente pela TV Tupi.

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Não é bem assim

Porém, Silvio de Abreu e Mauro Alencar se esqueceram que a Globo já produziu, sim, remakes bem-sucedidos de suas próprias obras. É o caso da maioria das novelas das seis de Benedito Ruy Barbosa, por exemplo. As novas versões de Cabocla (2004), Sinhá Moça (2006) e Paraíso (2009) registraram ótimos índices de audiência.

Além disso, Maria Adelaide Amaral foi feliz ao revisitar duas obras de Cassiano Gabus Mendes. Anjo Mau (1997) e Ti Ti Ti (2010) também foram consideradas tramas bem-sucedidas, e ambas são novelas produzidas originalmente na Globo. 

Claro, é bem provável que os exemplos de remakes que não deram certo sejam mais numerosos que os bem-sucedidos. É até possível que remakes de novelas de fora deem mais certo porque são histórias inéditas para boa parte do público. Mas cada caso é um caso. Há outras variantes que apontam o sucesso o ou fracasso de um remake, como elenco, direção e contexto histórico.

André Santana

24/10/2024

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