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Volta por Cima se dá bem ao seguir cartilha de Vai na Fé

Jéssica Ellen e Fabrício Boliveira em Volta por Cima
Jéssica Ellen e Fabrício Boliveira em Volta por Cima (divulgação)

Escrita por Rosane Svartman, Vai na Fé foi a novela mais elogiada da Globo em 2023. Além de elevar a audiência da faixa das 19h, a saga de Sol (Sheron Menezzes) caiu nas graças do público e da crítica com sua trama de pegada popular, mas recheada de assuntos contemporâneos.

Vai na Fé não reinventou a roda. Foi um folhetim tradicional, mas moderno e muito bem construído. Ainda assim, a trama acabou servindo como um divisor de águas na Globo, que vem apostando cada vez mais em histórias populares, lideradas por personagens que geram identificação junto ao público. Sem querer, Rosane Svartman ditou os rumos da teledramaturgia da emissora.

Volta por Cima, nova novela das sete, é o resultado disso. Autora de Pega Pega (2017) e Cara e Coragem (2022), Claudia Souto volta ao horário das sete com uma história que, claramente, bebe da fonte do último sucesso das 19h. São vários os pontos em comum entre a história de Sol e a de Madá (Jéssica Ellen), atual heroína do horário.

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Receita de sucesso

Assim como Sol, Madá é uma jovem de classe média baixa que batalha para ajudar sua família. Apesar dos perrengues e dramas pelos quais passa, a jovem mantém o otimismo. Ou seja, é uma figura facilmente reconhecível. Sol conquistou o público assim, e Madá parece percorrer o mesmo caminho.

Além disso, a trama é centrada no subúrbio carioca, e não em luxuosas mansões. Os ricos da novela estão no núcleo cômico, formado pelos irmãos Belisa (Betty Faria), Joyce (Drica Moraes) e Gigi (Rodrigo Fagundes) - e eles sequer são ricos, apenas mantêm a pose.

A pegada com cores de cotidiano, regado a samba e outras canções populares, dá o tom da novela. Tudo lembra demais Vai na Fé, embora a trama seja outra. Não é uma cópia, tampouco um remake disfarçado. O bom resultado de audiência dos primeiros capítulos mostra que o público aprova a receita.

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Desgaste

O horário das sete vinha em baixa após a pandemia de Covid-19. Quanto Mais Vida, Melhor! (2021) e Cara e Coragem registraram índices de audiência abaixo do esperado pela Globo. Com Vai na Fé, a curva voltou a ascender. Já Fuzuê (2023) derrubou tudo de novo, enquanto Família É Tudo cumpriu a missão de entregar a faixa em alta novamente.

Volta por Cima obteve resultados satisfatórios em sua semana de estreia. Caso mantenha o bom desempenho ao longo dos próximos meses, a fórmula de “novela das sete popular” fica definitivamente consolidada. Rosane Svartman, inclusive, deve escrever sua sucessora, o que indica que o “espírito” de Volta por Cima permanecerá após seu término.

Por enquanto, a estratégia da Globo tem funcionado. Mas cabe o questionamento: a emissora não está se tornando refém das mesmas fórmulas de sempre? As novelas não tendem a ficar todas muito parecidas? Será o fim da diversidade de temáticas nas três faixas de novelas da Globo? Ou a fórmula “popular” será desgastada em algum momento? É o que vamos descobrir nos próximos meses.

André Santana

05/10/2024

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