Christiane Pelajo na Times Brasil CNBC (reprodução) |
No ar desde o último domingo, 17, a Times Brasil CNBC engrossa a lista dos canais especializados em notícias no Brasil. Ela se junta à GloboNews, BandNews, Record News, CNN Brasil, Jovem Pan News e BM&C News, além do recém-inaugurado Canal UOL, que também dedica grande parte de sua grade à informação.
Curioso notar que, até 2020, só haviam três destes canais. Sendo que dois deles, BandNews e Record News, nunca foram lá muito expressivos. GloboNews nadava de braçadas e reinava absoluta um cenário sem concorrência. Isso mudou.
Com o aumento da concorrência, GloboNews se mexeu e passou a apostar numa grade ao vivo mais abrangente - antes, haviam muitos programas gravados na programação. BandNews e Record News também investiram em programação, enquanto a CNN Brasil fez um barulho inicial ao arrematar grandes nomes do mercado. Houve uma movimentação interessante.
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Aumento de demanda
Mas o que explica esse boom de canais de notícias no Brasil? É fato que, a partir de 2020, com a pandemia de Covid-19, o hábito do público mudou. O streaming cresceu e a televisão tradicional vem passando por uma transformação. Ao que tudo indica, caberá à TV linear as produções ao vivo, enquanto produções gravadas, como teledramaturgia, devem se fortalecer no streaming.
Neste contexto, tanto a TV paga quanto a TV aberta aumentaram o tempo de grade ao vivo. E o jornalismo se transformou num produto essencial nessa nova realidade. Houve uma demanda maior por informação, e os canais com jornalismo fortalecido sobressaíram. Os canais de notícia, portanto, surfaram nessa onda.
Curiosamente, a CNN Brasil se destacou neste novo cenário. O canal foi anunciado em 2019, mas entrou no ar apenas em 2020, justamente quando a pandemia foi declarada. Daí em diante, as ofertas ficaram mais abundantes.
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Realidade
A Jovem Pan News veio logo em seguida e também mexeu com o mercado. Enquanto isso, a CNN viveu um choque de realidade e precisou se reinventar, dispensando medalhões e enxugando sua estrutura. Na sequência, o BM&C News, que nasceu no YouTube, passou a ser distribuído também por operadoras de TV por assinatura.
Aliás, canais que nasceram no YouTube migrando para a TV parecem ser uma tendência. O Canal UOL, lançado recentemente, reúne em sua programação as produções que já habitam seus canais na plataforma. O ICL Notícias, que tem Chico Pinheiro entre suas estrelas, é outro canal que tem a intenção de migrar para a telinha da TV.
Em meio a tudo isso, a “guerra” dos canais de notícias já não é mais tão intensa quanto foi até outro dia. A realidade do mercado dita as regras e, ao que tudo indica, os investimentos estão sendo feitos de maneira mais responsável.
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Canal novo
A nova Times Brasil CNBC nasce em meio a tudo isso. A nova empreitada de Douglas Tavolaro, que já foi presidente de jornalismo da Record e sócio da CNN Brasil, veio agora com a proposta de um canal de notícias focado em informações de economia e negócios. Um diferencial que, com o perdão da redundância, pode fazer a diferença.
Tudo bem que a emissora entrou no ar de maneira atabalhoada e a confusão com seu próprio nome não ajudou a fortalecer uma imagem perante o público. Porém, são problemas pontuais e que devem ser resolvidos com o tempo. O nome confuso, por exemplo, não deve ser um problema, já que, ao contrário da CNN, a CNBC não é uma sigla tão conhecida pelos brasileiros. Logo o nome Times Brasil deve “pegar”.
No mais, o novo canal tem grandes nomes em seu cast, como Christiane Pelajo, Fabio Turci e Zeca Camargo, entre outros. A grade parece excessivamente nichada, mas se nota um esforço de mostrar ao público que o que se passa no mundo dos negócios pode afetar a vida de qualquer pessoa. É preciso tempo para saber se vai emplacar.
André Santana
23/11/2024
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