De queridinho da TV a problema: o apogeu e a queda de Rodrigo Faro

Rodrigo Faro (reprodução)

Na última semana, Rodrigo Faro confirmou que está de saída da Record. Notícia que não chega a surpreender, afinal, sua última renovação com a emissora já aconteceu na base do sufoco. Há dois anos, as negociações se arrastaram por semanas, já que houve um impasse quanto ao valor do salário do apresentador. Além disso, a Record chegou a sondar Faustão, sinalizando que já buscava um substituto para Faro.

Na época, a imprensa informava que a Record já estava insatisfeita com os resultados de audiência de Hora do Faro. E mais: o faturamento do programa, que chegou a ter fila de anunciantes no passado, também já não estava lá essas coisas. Ou seja, tudo conspirava para o fim do programa dominical de Rodrigo Faro.

Ao que tudo indica, a Record só renovou com Faro por mais dois anos porque não tinha o que colocar no lugar caso o Hora do Faro chegasse ao fim. No entanto, em 2025, o cenário já é outro. A emissora transmitirá jogos do Campeonato Brasileiro, o que deve turbinar o seu domingo. Além disso, atualmente, o canal tem Tom Cavalcante nas tardes de domingo, com resultados interessantes. O humorista pode ganhar mais espaço no ano que vem.

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Apogeu

A situação parecia inimaginável até pouco tempo atrás. No final dos anos 2000, Rodrigo Faro despontou como um dos principais apresentadores da televisão brasileira, acumulando prêmios e alcançando excelentes resultados comerciais e de audiência. O apresentador, inclusive, despertou a cobiça de várias emissoras, obrigando a Record a segurá-lo com um contrato muito bem amarrado.

Rodrigo Faro chegou à Record em 2008, contratado para comandar Ídolos. Porém, na mesma época, Márcio Garcia deixou o comando de O Melhor do Brasil, e Faro foi escalado para substitui-lo. A escolha se mostrou bem-sucedida, já que, sob o comando de Rodrigo Faro, O Melhor do Brasil viu sua audiência, que já era boa, crescer ainda mais.

O apresentador caiu nas graças do público e chegou a incomodar a Globo com o quadro Vai dar Namoro, quando passou a imitar artistas com o Dança Gatinho. Deu tão certo que a Record esticou o programa, que ficava no ar até tarde da noite e atingia altos índices de audiência. Com tanto prestígio, Rodrigo Faro foi o escolhido para substituir Gugu Liberato aos domingos, a partir de 2013.

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Queda

Inicialmente, Rodrigo Faro manteve a boa fase aos domingos, inicialmente com O Melhor do Brasil e, depois, com o Hora do Faro. A atração era vice-líder de audiência consolidado, bem à frente do Eliana, do SBT, seu concorrente direto. Além disso, Faro chegou a encostar na Globo em vários momentos.

Porém, em algum momento, o jogo virou. Eliana cresceu e Faro caiu. Hora do Faro perdeu fôlego na guerra dominical e a imagem do apresentador foi arranhada em 2019, quando foi flagrado perguntando como estava a audiência enquanto chorava a morte de Gugu. O episódio não foi determinante para a queda, já que o programa já vinha dando sinais de desgaste. Mas, sem dúvidas, prejudicou a reputação, até então intocável, do apresentador.

De lá para cá, Hora do Faro perdeu relevância na televisão brasileira. E Rodrigo Faro, que já tinha sido considerado uma unanimidade, ficou enfraquecido. Para piorar, a Record parece ter entregado os pontos, já que não investiu no programa do apresentador, que vinha numa fase pouco criativa. Sozinho, o apresentador não podia fazer milagre.

A saída de Rodrigo Faro da Record pode servir como uma importante reinvenção na carreira do apresentador. Respirando novos ares e comandando novos formatos, Faro pode buscar uma maneira de renascer junto ao público. Basta acertar os próximos passos

André Santana

07/12/2024