SBT tenta colocar ordem na casa, mas futuro não é promissor

Jojo Todynho em seu programa no Multishow (divulgação)

Com o fiasco da grade lançada em 2024, o SBT entrou dezembro disposto a colocar ordem na casa. O fim do Chega Mais e a chegada de José Luiz Datena ao Tá na Hora foram as primeiras medidas neste sentido e, parece, os resultados começam a surgir. Ao mesmo tempo, Chaves e Chapolin deram um leve “up” no horário nobre, o que também é positivo.

Para 2025, a promessa é de novos programas e novas contratações. A emissora continua disposta a reverter a crise de audiência, o que é bastante positivo. Entretanto, nem todos os planos parecem auspiciosos. Alguns projetos são, no mínimo, duvidosos.

O SBT, por exemplo, vem testando nomes como Jojo Todynho e Pablo Marçal para um novo Casos de Família. O canal, inclusive, pode apostar também num formato diferente, meio tribunal. O nome Tribunal da Gente pode ser utilizado, de acordo com o portal Terra.

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Figuras controversas

É estranho o SBT, neste momento de crise, considerar nomes controversos como Jojo e Marçal para reforçar seu elenco. Jojo não é boa apresentadora, e já mostrou isso no talk show que comandou no Multishow. Já Marçal teve uma participação lamentável na corrida pela Prefeitura de São Paulo - isso sem falar em seus problemas judiciais... Por que o SBT quer apostar num apresentador com um currículo tão questionável?

O que o SBT precisa é de profissionais de televisão de verdade. Há rumores em torno de nomes como Boninho, Ana Furtado, Rodrigo Faro, Carlos Tramontina ou Tiago Leifert. Goste-se ou não destes profissionais, mas é fato que são profissionais. Nomes de TV.

Claro que apostas são válidas. Virgínia Fonseca, por exemplo, foi uma aposta da nova gestão que funcionou em 2024. Mas é preciso cautela quanto a isso. Apostar em figuras polêmicas apenas de olho no buzz que isso gera pode ser um tiro no pé. Além disso, não há polêmica que dure para sempre. São apostas que podem até funcionar no início, mas tendem a perder força com o passar do tempo.

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Programação popular

A ideia do resgate do Casos de Família só é boa sob um aspecto: mostra que o SBT quer voltar a ter uma programação popular, que sempre foi uma característica da emissora. O Chega Mais, por exemplo, tinha apelo popular nulo, daí seu fiasco.

A verdade é que a emissora, ao longo de sua existência, criou uma identidade muito forte junto ao seu público. O sucesso que Chaves e Chapolin alcança até hoje é uma prova disso. Mesmo surradas, são atrações que conversam diretamente com o espectador da emissora.

O desafio da nova gestão, portanto, é não perder de vista este público e o que ele deseja assistir no canal. SBT é novela mexicana, é show, é auditório, é distribuição de prêmios… Há que se modernizar, claro, mas sem virar outra coisa.

André Santana

16/12/2024