De quem é a culpa do fraco desempenho do BBB25?

Tadeu Schmidt no BBB25 (divulgação)

O BBB25 estreou com expectativa das mais interessantes ao apostar em duplas no jogo. O fato de todo jogador ter ao lado alguém com quem tem uma relação mais forte poderia trazer novas narrativas ao jogo. De fato, isso aconteceu. Mas não foi o suficiente para garantir o interesse do público.

Na web, os fãs reclamam que essa edição “flopou”. Afinal, os jogadores parecem pouco interessados em jogar. A produção se esforça, Tadeu Schmidt manda recados cada vez mais explícitos, mas parece que nada é suficiente para fazer essa turma acordar. A Globo continua insistindo, mas é provável que, logo mais, a emissora jogue a toalha e entregue os pontos.

A audiência também não é lá essas coisas. Com os números atuais, o BBB25 caminha para ser o menos visto da história. Mais uma vez, a culpa recai ao elenco pouco interessado e pouco interessante. E também à Mania de Você, fiasco histórico da faixa das nove que entrega em baixa para o reality show. Ou seja, ao que parece, não faltam culpados para o fiasco. Mas será que é só isso?

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25 edições

A atual edição do Big Brother Brasil começou com a esperta campanha sobre as “bodas de prata” com o público, em alusão ao fato de o reality estar em sua 25ª edição. Uma marca das mais impressionantes, afinal, quem diria que aquele programa lançado em 2002 recebido cheio de desconfianças fosse ficar no ar por tanto tempo?

Pois essa longevidade também pode explicar o fraco desempenho da atual edição. Apesar de o programa ter se transformado bastante ao longo destes 23 anos no ar, é fato que surpreender o público vai se tornando cada vez mais difícil. O que mais se pode inventar para que o programa renda assunto?

Parece que tudo já foi feito. O BBB já teve anônimos, famosos, já resgatou personagens de outras edições e, agora, já teve duplas na disputa. O que mais se pode fazer? O tédio da atual edição, neste contexto, parece apenas refletir o peso dos anos. O desgaste é inevitável.

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Previsibilidade

Além disso, o fato previsibilidade também pesa. Não apenas para o público, mas também para quem participa. O atual time parece pouco interessado no jogo porque, provavelmente, já percebeu que ali ninguém manda no jogo. Quem manda é o público. Sendo assim, para que se movimentar se eles não são donos do próprio destino?

A impressão que dá é que os “brothers” descobriram que não há muito o que eles podem fazer, sabendo que a decisão final é da audiência. Sendo assim, quanto menos eles se “queimarem”, melhor. Por isso, o melhor jogo é o da omissão. Ou não?

Essa é uma reflexão curiosa, se lembrarmos que participantes como Cida, do BBB4, venceram o jogo utilizando justamente essa estratégia. Cida não se movimentava, apenas curtia “férias” na casa. E o público se divertiu com ela, que aparecia deslumbrada diante de uma piscina e tomando um prosecco. Cida ganhou porque o público se identificou com ela. E ela não precisou se esforçar pra isso.

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Merchandising

Há outro fator que “matou” o BBB: o excesso de merchandising. O reality show, hoje, é uma importante fonte de renda para a Globo e, por isso, a emissora vende praticamente tudo lá dentro. Com isso, boa parte dos episódios serve apenas para expor marcas.

Para a Globo, ótimo! É sempre bom encher o cofrinho. Mas para o público, vamos combinar, é bem chato. Patrocinadas, as provas precisam ser mais longas, para aumentar o tempo de exposição do anunciante. Mas também não pode ser polêmica demais, para não queimar o patrocinador. Por isso, as provas do líder e do bate-e-volta são repetitivas e pouco empolgantes.

Ou seja, buscar um culpado para o fracasso do BBB25 é mais complexo do que parece. São muitos fatores envolvidos, e é essa soma que explica essa fase tediosa da atração. Voltar a chamar a atenção do público é um desafio dos mais espinhosos.

André Santana

22/02/2025