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Em 2005, SBT abriu os arquivos da Manchete com Xica da Silva e se deu bem

Taís Araújo em Xica da Silva
Taís Araújo em Xica da Silva (divulgação)

Os primeiros anos da década de 2000 ficaram marcados por uma virada no ranking das emissoras abertas. O SBT, até então vice-líder absoluto no Ibope, começou a perder terreno para a Record, que, a partir de 2004, passou a investir pesado em programação, com novas contratações e a reestruturação do jornalismo e da dramaturgia.

Para tentar conter a concorrência, a emissora de Silvio Santos tratou de recorrer a uma de suas especialidades: abrir o baú. Mas, curiosamente, o canal não apostou em seu próprio acervo, mas sim de uma extinta concorrente: a TV Manchete.

Em 28 de março de 2005, a emissora surpreendeu todo mundo ao colocar no ar Xica da Silva (1996), último grande sucesso do canal de Adolpho Bloch. A produção estrelada por Taís Araújo foi escalada para bater de frente com América (2005), aposta da Globo na faixa das 21h, e elevou a audiência do SBT.

A jornalista Cristina Padiglione, em nota no jornal O Estado de S. Paulo em 15 de abril de 2005, explicou como uma novela da Manchete foi parar no SBT: 

“Pelo menos três novelas em tese produzidas pela TV Manchete não pertencem à massa falida da empresa, que fechou suas portas em 1999. Uma delas é Xica da Silva, em reprise pelo SBT, que estuda a proposta de comprar outros dois títulos de Pedro Jacques Kapeller, o Jaquito, sobrinho de Adolpho Bloch que comandava a saudosa Manchete. Jaquito detém, por meio de uma produtora, os direitos em questão. Foi a ele que o SBT pagou para ter Xica”, relatou a colunista.

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Fez escola

Com o sucesso da reprise de Xica da Silva, cresceu o interesse de emissoras em exibir novelas da antiga concorrente. Em 2006, por exemplo, a Band adquiriu os direitos de Mandacaru (1997), trama que substituiu Xica da Silva originalmente. A trama não chegou a ser um sucesso na Manchete, mas a Band ficou satisfeita com os resultados.

Já em 2008, o SBT voltou a surpreender ao tirar da manga mais um sucesso da extinta Manchete. Anunciada como “arma secreta”, a reprise de Pantanal (1990) elevou consideravelmente a audiência do SBT, que vivia outra crise na época.

Por conta do sucesso da história de Benedito Ruy Barbosa - que processou o SBT pela reprise, já que havia vendido os direitos do texto para a Globo - , o canal dos Abravanel engatou mais repetecos de novelas da Manchete: vieram as reprises de Dona Beija (de 1986, reexibida em 2009) e A História de Ana Raio e Zé Trovão (de 1990, reprisada em 2010).

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Mais novelas

Por enquanto, não há qualquer movimentação de emissoras no sentido de voltar a resgatar o acervo da Manchete. Porém, ao que tudo indica, a nova tendência é trazer novelas produzidas originalmente para o streaming.

É o que a Band está fazendo ao adquirir os direitos de Beleza Fatal, da Max, para a exibição na TV aberta. A produção deve estrear em março, depois de ser concluída na plataforma. Se fizer sucesso, é possível que outros folhetins do streaming - como Pedaço de Mim, da Netflix, e Dona Beja, também da Max - cheguem aos canais abertos.

André Santana

06/02/2025

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2 Comentários

  1. Interessante que já faz 20 anos dessa reprise e ela ainda está muito viva em minha memória, inclusive as chamadas de estreia.

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  2. Olá, tudo bem? Para mim, isso parece que foi ontem. Chocado com as datas... Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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