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Camila Pitanga, Giovanna Antonelli e Camila Queiroz em Beleza Fatal (divulgação) |
Beleza Fatal entra em sua reta final cada vez mais eletrizante. Os últimos cinco capítulos da trama escrita por Raphael Montes entra na Max na próxima semana e, desde já, vem criando expectativas nos “lolovers”. De fato, o folhetim dirigido por Maria de Médicis é um novelão delicioso, daqueles que pegam o noveleiro pelo braço.
Mas, enquanto Beleza Fatal causa frisson no streaming, na TV aberta a produção passa em brancas nuvens. A Band passou a exibir a história na última segunda-feira, 10, abrindo uma nova faixa de novelas às 20h30. O canal pretende continuar exibindo folhetins, e até já tem engatilhada a mexicana Café com Aroma de Mulher e a brasileira Romaria para ocupar o horário posteriormente.
Curiosamente, os cinco primeiros capítulos de Beleza Fatal na TV aberta não refrescaram a situação do horário nobre da Band. A produção alcançou menos de 2 pontos no Kantar Ibope Media, resultado dentro dos padrões da emissora, mas considerado fraco diante da boa repercussão da trama na web.
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Fiasco?
Não dá pra negar as várias qualidades de Beleza Fatal. O texto de Raphael Montes é certeiro e envolvente, a direção de Maria de Médicis é segura e o elenco conta com estrelas que já ocuparam o primeiro escalação da Globo. O público noveleiro está mais do que acostumado com artistas do naipe de Camila Pitanga, Giovanna Antonelli, Caio Blat, Herson Capri, Marcelo Serrado e cia.
Ou seja, não há nada de errado com a produção. Beleza Fatal é novela com cara de novela, algo que anda em falta até na Globo. Sendo assim, não é por falta de qualidade que o folhetim vem patinando na programação da Band.
Além disso, há de se considerar que a trama está apenas começando. Leva tempo para o público descobrir a história e se acostumar com o novo horário de novelas da Band. Como se sabe, TV é hábito, e os noveleiros não estão habituados a ver novela na emissora.
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Falta de tradição
Porém, Beleza Fatal esbarra em algumas dificuldades impostas pela Band. Embora o canal da família Saad já tenha emplacado novelas de sucesso no passado, é fato que as últimas apostas da emissora no segmento passaram em brancas nuvens. Há uma inegável falta de tradição que afeta o desempenho da história da vingança de Sofia (Camila Queiroz).
Além disso, há que se considerar que Beleza Fatal foi concebida para o streaming. Por isso, é uma novela curta, enxuta, com uma história ágil que não precisa apelar para a reiteração. Diferente de uma novela de TV aberta, que costuma ser mais longa e seu formato permite com que ela sempre repita e explique a história para fisgar o espectador pelo caminho.
Espectador de novela da TV aberta sabe que pode perder capítulos e não ficar perdido na história. Já a novela feita para o streaming sabe que o espectador terá acesso a todos os episódios e os assistirá quando quiser. Assim, a repetição é desnecessária.
Ou seja, por mais que Beleza Fatal seja um novelão tradicional, a trama não faz todas as concessões que são feitas numa novela habitual de TV aberta. Com isso, embora tenha uma trama popular, ela pode não fazer muito sentido para o espectador tradicional. E isso também pode afetar seu desempenho na Band.
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Tem salvação?
Outro ponto que pesa contra é o fato de a Band ter um teto de audiência baixo. E a divulgação do folhetim foi basicamente concentrado dentro da programação da emissora. Ou seja, não é todo mundo que ficou sabendo que a Band tem uma boa novela no ar.
Todos esses pontos levam à dúvida sobre o potencial de Beleza Fatal na TV aberta. Mas nada que tira o brilho da produção, e muito menos da estratégia da Band de exibi-la. Pelo contrário. A emissora marcou um golaço ao adquirir a produção e tem no ar uma das melhores novelas da atualidade. Não é pouca coisa.
André Santana
15/03/2025
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