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Luciano Huck no Domingão com Huck (divulgação) |
O programa de auditório é um dos pilares da televisão brasileira. O formato, que veio do rádio, formou uma galeria de comunicadores que se tornaram ídolos nacionais. Mas, em 2025, o gênero parece ter perdido força. As poucas apostas no segmento já não rendem os mesmos índices ou a mesma repercussão de outrora.
Na Globo, por exemplo, Altas Horas e Domingão com Huck são dois bons representantes do gênero. Cada um com sua receita, os programas de Serginho Groisman e de Luciano Huck estão consolidados em seus respectivos horários e vislumbram vida longa. Mas o mesmo não se pode dizer do Caldeirão com Mion. Após um início promissor, o programa de Marcos Mion perdeu fôlego e relevância.
Nos outros canais, a situação é ainda mais crítica. A Band, por exemplo, tentou ressuscitar a fómula com o “novo” Melhor da Noite, sob o comando de Otaviano Costa. No entanto, até o momento, a atração não decolou. E não é difícil entender o motivo: os novos quadros, por enquanto, se mostram batidos e repetitivos. Otaviano alcançava melhores resultados no Otalab, no UOL.
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Sem espaço
Na RedeTV, que já teve vários programas de auditório que chamaram a atenção em sua história, atualmente sobrevive de migalhas. O Superpop, por exemplo, perdeu sua plateia faz tempo, assim como o Sensacional.
Geraldo Luis, que chegou ao canal com dois programas de auditório, perdeu suas duas atrações e já deixou a emissora. Atualmente, João Kleber voltou a ter uma atração de auditório dominical, mas o novo Para Aqui ainda não disse a que veio.
Na Record, algo parecido vem acontecendo. Com o fim do Hora do Faro, a emissora já não tem mais nenhum programa de auditório com variedades na grade. Aliás, de acordo com Flavio Ricco, o Teatro Record - estúdio onde eram gravados os programas de auditório da emissora - já nem existe mais.
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Exceção à regra
Enquanto isso, o SBT é uma exceção à regra. Os programas Domingo Legal e Programa Silvio Santos são duas das maiores audiências do canal e apresentam ótimos resultados. Isso se deve, sobretudo, à tradição da emissora no segmento, já que Celso Portiolli e Patrícia Abravanel seguem os passos de Silvio Santos, o “inventor” do programa de auditório dominical de variedades.
Porém, até mesmo o SBT anda derrapando no segmento. Afinal, os outros programas de auditório da emissora passam longe de repetir o sucesso do passado. O Programa do Ratinho, por exemplo, já teve dias melhores, e o Sabadou com Virgínia não chega a ser um estouro. O novo Eita Lucas, por enquanto, não dá sinais de que vai “pegar”.
Além disso, vale lembrar que, recentemente, o SBT extinguiu vários programas de auditório. O Programa Raul Gil saiu do ar depois de quase 15 anos, enquanto os novos Circo do Tiru e É Tudo Nosso tiveram vida curta.
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O auditório morreu?
Nos últimos anos, os programas de auditório tradicionais foram substituídos por formatos e programas de temporada. Assim, aos poucos, o espectador brasileiro foi perdendo o hábito de assistir aos programas comandados pelos velhos animadores.
Entretanto, os bons resultados de programas como Domingo Legal e Domingão com Huck mostram que há, sim, público para esse tipo de atração. Os dois programas se destacam por terem apresentadores de nome forte e quadros que falam a públicos diversos. Atualmente, os games de Celso Portiolli são muito bem feitos, enquanto os quadros de Luciano Huck são grandiosos e bem estruturados. Isso faz a diferença.
Ou seja, a princípio, o programa de auditório não morreu. Mas é fato que o gênero vive uma crise de criatividade. Os produtores precisam pensar mais “fora da caixinha” e trazer atrações que chamem a atenção do público.
André Santana
12/04/2025
1 Comentários
Olá, tudo bem? A TV brasileira deixou de revelar grandes comunicadores. Essa é a realidade. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
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